sexta-feira, 30 de março de 2018

QUESTÃO DE PROVA


Houve uma contenda na instituição que trabalho. Uma questão de prova conseguiu 100% de erro e os professores queriam simplesmente anular esta questão. Eu escrevi UM VERSO e depois enviei uma carta aos professores.

VERSO
Uma coisa bem difícil 
Que nos deixa ibsatisfeito 
É não conhecer da nada
Que está dentro do Direito 
Principalmente a justiça 
Que diz não fazer injustiça 
Para o que já estiver feito.

CARTA
Prezada professora Larissa,

Peço vênia a vossa excelência para o pleito desta questão.

É constitucional o fato da solicitação por parte dos impetrantes para anulação da questão, entretanto se faz claro que ainda não houve petição por esta parte aos eméritos e impetrados professores do P2

Vossa excelência usa bem a democracia, mas é importante observar os trâmites legais. O código de ética médica diz que a parte ofendida deve se dirigir a instituição e PROVAR que houve erro.

Então peço para que vossa excelência, na condição de chefe deste setor em que trabalho, use o bom senso para não haver desmoralização dos demais colegas docentes.

Em tempo faço lembrar que faz parte do aprendizado dos impetrantes solicitar anulação da questão que foi alvo das discussões.

RESOLUÇÃO 
A questão foi mantida para que os alunos pudessem discernir o que seria melhor para eles.

terça-feira, 13 de março de 2018

Literatura de Cordel

Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel 

terça-feira, 6 de março de 2018

A poesia e a magistratura - Marcos Mairton

Aos meus leitores queridos 
Existe um bom magistrado 
De quem já sou muito fã 
Ele é um poeta advogado 
Mas nunca foi professor 
É um grande legislador 
Na justiça federal
Grande mestre e magistral 
Não perdoa quem for julgado.

Atende por Marcos Mairton 
Poeta cantador arretado 
Que mora no Ceará, 
Um local muito arrumado.
Agora os presos revoltos 
Com muitos bandidos soltos 
Vivendo o povo enjaulado.

Deixo aqui uma poesia dele.

POESIA E MAGISTRATURA
Marcos Mairton

Certa vez, fui perguntado
Sobre como eu conseguia
Dedicar-me à poesia
Sendo eu um magistrado.
Vivendo tão ocupado,
Com as questões do Direito,
Como é que dava jeito
Para escrever rimando,
E também metrificando,
Fazendo verso perfeito?

Eu, antes de responder,
Calado, pensei assim:
Quem pergunta isso pra mim
Não conhece o “métier”
De quem tem que resolver
Toda sorte de conflito.
Que de perto escuta o grito
Da nossa sociedade,
Clamando por igualdade,
Pedindo pena ao delito.

Ser poeta e ser juiz
O que há de estranho nisso,
Pra quem tem o compromisso
De ouvir a parte o que diz?
Que vê o olhar feliz
De quem ganhou a questão
E tem a satisfação
De sentir que fez Justiça
Reparando a injustiça
Que atingiu o cidadão?

Eu penso que a poesia
Está em todo lugar,
E quem vive a julgar
A encontra todo dia:
Quando o parquet denuncia
Quando o réu faz sua defesa
Quando a polícia traz presa,
Gente por ela detida,
É a poesia da vida
Que me chega de surpresa!

A poesia aparece
Quando o advogado
No pedido formulado
Diz: - Doutor, ela merece,
Todo dia sobe e desce
A ladeira da “Queimada”
Carregando uma enxada
Para trabalhar na roça
Não é justo que não possa
Ser agora aposentada.

A poesia é presente
No olhar do acusado
Seja quando é culpado,
Seja quando é inocente.
Na testemunha que mente,
E na que fala a verdade.
Na imparcialidade
Que todo juiz queria.
Veja quanta poesia
Em nossa realidade.

Por isso eu acho normal
Que todo bom magistrado
Venha a ser considerado
Poeta em potencial.
Incorre em erro fatal
Quem quiser fazer sentença
Somente com o que pensa
Sem revelar o que sente.
Um juiz desse, é urgente
Que se afaste, de licença.

Tulio Liebman lecionava,
Que a sentença é assim,
Vem de “sentire”, em latim,
E, dessa forma, ensinava:
Que na sentença se grava
Não somente o pensamento,
Mas também o sentimento
Do juiz que a profere.
Que ninguém desconsidere
Esse grande ensinamento.

Se o poeta, realmente,
Não é mais que um “sentidor”.
Que chega a sentir que é dor
“A dor que deveras sente”,
Juiz não é diferente
Quando cumpre sua função.
Mesmo quando a decisão
Em versos não se transforma
Na aplicação da norma
Há uma carga de emoção.

Fique tranqüilo, portanto,
Meu colega, magistrado,
Se, agora, aí sentado,
Lhe surpreender o pranto.
Pois não será por encanto,
Magia ou maldição.
É só manifestação,
Que nesse instante sentiste,
Do poeta que existe
Dentro do seu coração.