terça-feira, 31 de outubro de 2017

Poesia e arte no Brasil

A arte no nosso Brasil 
Está muito desvalida 

Dinheiro só para filmes 
Novela de temas da vida 
Música se for barulho 
A poesia está combalida.



terça-feira, 24 de outubro de 2017

Parado de repente!

Fui parado de repente 
Quando andava pela rua
Pensando em que contribua 
Pra divertir muita gente
Numa canção de repente.
Mas como ser repentista
Neste mundo de alienista
Que não dá chance ao cordel
Não percebe seu papel
Num pais que ignora artista?

terça-feira, 10 de outubro de 2017

O ancião e a corsa - Parte III

Imagem relacionada


Como a vaca não falava,
Era um animal que mugia,
Ali mesmo foi abatida
Acabando-se à agonia
Hamid se estremeceu
Sem perceber o que ocorria.

Hamid ficou surpreso
Com a tristeza que sentiu
Como se morresse alguém
Com aquela dor que sentiu
Amparado pela esposa
Que no seu íntimo, sorriu.

Foi trazido a sua presença
O bezerro já chorando
Ao se aproximar do pai
Nos seus pés foi se ajoelhando
O pai sentindo um pavor
Uma ordem foi proclamando:

- Peão, pare este sacrifício
Uma tristeza chegou
Depois da morte da vaca
A festança se acabou
Leve o bezerro de volta.
Levantou e se retirou.

Hamid ficou pensando
Na vaca que viu chorando
Percebeu algo nebuloso
E estranho se passando
Toda vez que via o bezerro
Ele ficava lhe olhando.

Alguns dias foram passando
Com o bezerro em pensamento
Ele não se conformava
Com aquele seu sentimento
Procurou uma advinha
Para ter esclarecimento.

Quando Hamid saiu com o filho
A mulher deitou na cama
Dizendo-se não ter medo
De bruxa, gênio ou cigana
E que a sua felicidade
Era a defesa de quem ama.

No momento da consulta
O bezerro foi levado
A advinha era uma bruxa
Percebeu o que foi passado
A primeira frase foi:
- O bezerro é o filho amado!

A bruxa seguiu dizendo:
- Eu mesma vou desfazer
Esta magia desgraçada
Teu filho vai aparecer
E a mulher que foi culpada
A magia vou reverter.

E antes que Hamid falasse
O bezerro estremeceu
Ele foi desconjurando 
Seu menino apareceu
Ao mesmo tempo que Hamid
A situação compreendeu.

Hamid ficou perplexo
A tristeza não sumia
Seu filho renasceu ali
Uma esposa na magia
A segunda falecera
Vítima de tirania.

Foi correndo para casa
Com semblante preocupado
Procurando sua mulher
Com o menino do seu lado
Viu uma corsa na sua cama 
Entendeu o que foi passado.

Prometeu naquele dia
Que da corsa ia cuidar
Até o fim da sua existência
Para o sofrer amenizar
Ao seu filho seria amor
E nunca mais iria casar.

Terminada toda estória
Os amigos foram comer
Bebida para fartar
A vida para esquecer
Os animais para lembrar
O que o homem pode fazer.

A mulher que vive o ciúme
Acaba com a relação
O marido que é ciumento
Estraga seu coração
Sentimento desgraçado
Que leva a separação.

Acabando esta leitura
Faça alguma reflexão
Para saber de tristeza
De inveja e conspiração
Veja a estória de uns cães negros
Falada na introdução.


terça-feira, 3 de outubro de 2017

O ancião e a corsa - Parte II

Resultado de imagem para passaro chamado corsa


O menino foi crescendo 
Criado com muita alegria 
Tudo que Hamid fizesse 
O filho também queria 
Onde quer que este pai fosse
O pai tinha companhia.

Até que chegou um momento 
De Hamid fazer uma viagem 
Teria um ano de duração 
Sem o menino na bagagem 
Para fazer seu comércio 
E manter paga a criadagem.

No momento da partida 
O menino só chorava 
Agarrado com sua mãe 
Que no desespero estava 
A força que Hamid tinha  
Era crer que retornava. 

Neste trabalho de Hamid 
Não deixe seu pensamento 
Veja como se deu a trama 
Que acabou com sofrimento 
Da mulher e do pequenino 
Com feitiço e encantamento.

A esposa, que era a primeira,
Resolveu estudar magia 
O prazer da enganação 
Ser aprendiz da tirania 
Versada em desfaçatez 
Engrossada com ironia.

Depois de passados meses 
De treino e sagacidade 
Teve uma idéia diferente 
De grande perversidade 
Transformar o menino e a mãe 
Em bovinos de verdade.

O bezerro e a vaquinha 
Foram deixados por ali 
No meio da bicharada 
Só comendo sapoti 
Atrelados nas carroças 
Para o roçado concluir.

Os criados deram por falta
Do menino que era amado 
E daquela moça humilde  
Que com Hamid havia casado 
Se perguntada, dizia:
- Não sei, devem ter viajado.

Depois de passada a viagem
O marido retornou 
À esposa toda animada 
Uma festa começou 
Escondendo na verdade 
O fato que planejou.
O marido achando estranho
Resolveu lhe perguntar:
- Onde estará minha esposa
Que não chegou a me abraçar?
E o meu pequeno menino 
Para um beijo poder me dar?

A esposa, viva e matreira,
Disse sem muita demora:
- Ela resolveu partir
Pegou teu filho e foi embora
Disse que amava só  a ti
E que voltava a qualquer hora.

- Em sua homenagem pensei
Que devemos festejar
Escolha uma vaca gorda
Para confraternizar
Comigo e teus convidados
Comida para fartar.

O marido sem saber
Nesta lorota embarcou
Mandou chamar todos amigos
Um banquete começou
A consorte trapaceira
À vaca selecionou.

Bem na frente do marido
A vaca mãe foi deixada
Foi chamado o melhor peão
Com uma estaca bem amolada
Que acertasse num só golpe
E a vida ser retirada.

A vaca olhou para Hamid
De um jeito muito penoso
Muitas lágrimas de choro
Um semblante pesaroso
Parecia ser uma pessoa
Num pesadelo horroroso.