O nome dessa vontade
A gente sabe de cor
Para saúde de Maceió
Um cara bom de verdade
Do pobre faz lealdade
Ao lado de todas as mães
Cirurgião do HGE
Trabalha com muita fé
No estresse tem vibrações
Seu o nome, Paulo Valões.
Muita gente comentando
Ruim do Paulo Valões
Tenho pena das pessoas
Que disseram palavrões
Acredito na intenção
De apresentar um cirurgião
Em diversas situações.
"Sôdade dentro do peito é qual fogo de monturo, pru fora tudo prefeito, pru dentro fazendo furo." (Patativa do Assaré)
quinta-feira, 27 de julho de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
Os dois cães negros - PARTE III
O segredo do sucesso
De toda negociação
Era trazer pra cidade
O que saísse de montão
Com valor para vender
Que tivesse aceitação.
Adil começou a viajar
Comprando quinquilharia
Parava num vilarejo
Comprava o que lá podia
Quando voltava a cidade
O que comprava, vendia.
Em todo lugar atracado
Comprava para valer
Animal, comida, roupa
Ou o que pudesse trazer
Quando retornava ao porto
Longa fila via fazer.
Sua fama de vendedor
Foi crescendo na cidade
Pessoas apareciam de longe
De grande notoriedade
Para tratar de negócios
Com dinheiro em quantidade.
Em um determinado dia
Um estranho lhe apareceu
Trazendo uma imensa caixa
Grande soma prometeu
Se levasse a outra cidade
Aquele conteúdo seu.
Como a caixa era pesada
Fez uma recomendação
Que ela pudesse ficar
No centro da embarcação
Para garantir equilíbrio
Sem prejuízo à flutuação.
Adil aceitou aquela oferta
Sem de nada desconfiar
Transportar era seu mercado
A quem pudesse pagar
Levá-la-ia com segurança
D'ali para outro lugar.
Deixe Adil ganhar dinheiro
E volte um pouco no tempo
Para saber de seus irmãos
Como foi cada momento
Nas atitudes que tiveram
E o que se deu em pensamento.
Os dois irmãos não conseguiram
Seu dinheiro duplicar
Tentaram todo comércio
E não saíram do lugar
Ao contrário do mais velho
Aprenderam a reclamar.
Com o tempo passaram a ouvir
Sobre aquele comerciante
Que transportava de barco
Tudo que fosse importante
Da cidade a capital
Já faziam fila gigante.
Este homem desconhecido
Nas vendas dava lição
Incomodava o comércio
Desprovido de ambição
Depois foi que descobriram
Era seu querido irmão.
O sucesso do mais velho
Começou a lhes incomodar
O mais novo ficou triste
Cabisbaixo a protestar
O do meio deixou pra lá
Com muita ira no pensar.
Quanto mais passava o tempo
Mais sua fortuna crescia
Eles muito revoltados
Só falavam com ironia
Até um deles despertar
Desejos de tirania.
O caçula assim falou:
- Nosso irmão é muito sabido
Atormenta meu sossego
Não merece este partido
Vamos pôr naquele barco
Um pacote com explosivo.
O outro irmão lhe respondeu:
- Para ter uma solução
De forma definitiva
Deve ser grande a explosão
Que acabe logo com tudo
E com ela vá nosso irmão.
Eles chamaram um bandido
Para o pacote deixar
Bem meio da embarcação
Na certeza de afundar
Do irmão nunca mais saber
E com sua herança ficar.
O bandido levou a caixa
Confirme foi combinado
Desapareceu depois
Para rumo ignorado
Seguindo Adil com o explosivo
Sem nada ter desconfiado.
Já bem longe da cidade
Um barulho aconteceu
Foi fogo pra todo lado
Muita gente ali morreu
Adil se jogou no mar
Num tonel desfaleceu.
Ele se acordou nas areias
De uma ilha desconhecida
Sem casa para abrigar
Só via coco de comida
Levantou-se atrás de palha
Para arrumar uma guarida.
Depois de passados dias
Adil mudou o paladar
Peixe com frutas silvestres
Gafanhoto, tamanduá
Caranguejo com limão
Manga com maracujá.
Quando à noite ali chegava
Vinha a maior preocupação
Que não era ficar sozinho
Nem morrer de inanição
Tinha os irmãos no pensamento
Saudade no coração.
Perto da margem morava
Para seguro ficar
Até que um dia resolveu
Aquela terra explorar
Botou peixe na sacola
E a fé em primeiro lugar.
Depois de muito rodar
Encontrou um velho no chão
Perguntou o que se passava
Ele estendendo sua mão
Disse que passava fome
Que desse bebida e pão.
Ali comida não tinha
Bebida era somente água
Resolveu lhe dar seu peixe
E partir d'ali sem nada
Encontrar novos caminhos
Continuar sua jornada.
Mais adiante durante a trilha
Teve uma grande surpresa
Viu uma pessoa na lagoa
Morrendo sem ter defesa
Clamando pelo socorro
Afogando com certeza.
Adil pulou na lagoa
De forma desesperada
Puxou pra fora d'ali
A pessoa quase afogada
Pegando na mão ela disse:
- Sou grata, muito obrigada.
De toda negociação
Era trazer pra cidade
O que saísse de montão
Com valor para vender
Que tivesse aceitação.
Adil começou a viajar
Comprando quinquilharia
Parava num vilarejo
Comprava o que lá podia
Quando voltava a cidade
O que comprava, vendia.
Em todo lugar atracado
Comprava para valer
Animal, comida, roupa
Ou o que pudesse trazer
Quando retornava ao porto
Longa fila via fazer.
Sua fama de vendedor
Foi crescendo na cidade
Pessoas apareciam de longe
De grande notoriedade
Para tratar de negócios
Com dinheiro em quantidade.
Em um determinado dia
Um estranho lhe apareceu
Trazendo uma imensa caixa
Grande soma prometeu
Se levasse a outra cidade
Aquele conteúdo seu.
Como a caixa era pesada
Fez uma recomendação
Que ela pudesse ficar
No centro da embarcação
Para garantir equilíbrio
Sem prejuízo à flutuação.
Adil aceitou aquela oferta
Sem de nada desconfiar
Transportar era seu mercado
A quem pudesse pagar
Levá-la-ia com segurança
D'ali para outro lugar.
Deixe Adil ganhar dinheiro
E volte um pouco no tempo
Para saber de seus irmãos
Como foi cada momento
Nas atitudes que tiveram
E o que se deu em pensamento.
Os dois irmãos não conseguiram
Seu dinheiro duplicar
Tentaram todo comércio
E não saíram do lugar
Ao contrário do mais velho
Aprenderam a reclamar.
Com o tempo passaram a ouvir
Sobre aquele comerciante
Que transportava de barco
Tudo que fosse importante
Da cidade a capital
Já faziam fila gigante.
Este homem desconhecido
Nas vendas dava lição
Incomodava o comércio
Desprovido de ambição
Depois foi que descobriram
Era seu querido irmão.
O sucesso do mais velho
Começou a lhes incomodar
O mais novo ficou triste
Cabisbaixo a protestar
O do meio deixou pra lá
Com muita ira no pensar.
Quanto mais passava o tempo
Mais sua fortuna crescia
Eles muito revoltados
Só falavam com ironia
Até um deles despertar
Desejos de tirania.
O caçula assim falou:
- Nosso irmão é muito sabido
Atormenta meu sossego
Não merece este partido
Vamos pôr naquele barco
Um pacote com explosivo.
O outro irmão lhe respondeu:
- Para ter uma solução
De forma definitiva
Deve ser grande a explosão
Que acabe logo com tudo
E com ela vá nosso irmão.
Eles chamaram um bandido
Para o pacote deixar
Bem meio da embarcação
Na certeza de afundar
Do irmão nunca mais saber
E com sua herança ficar.
O bandido levou a caixa
Confirme foi combinado
Desapareceu depois
Para rumo ignorado
Seguindo Adil com o explosivo
Sem nada ter desconfiado.
Já bem longe da cidade
Um barulho aconteceu
Foi fogo pra todo lado
Muita gente ali morreu
Adil se jogou no mar
Num tonel desfaleceu.
Ele se acordou nas areias
De uma ilha desconhecida
Sem casa para abrigar
Só via coco de comida
Levantou-se atrás de palha
Para arrumar uma guarida.
Depois de passados dias
Adil mudou o paladar
Peixe com frutas silvestres
Gafanhoto, tamanduá
Caranguejo com limão
Manga com maracujá.
Quando à noite ali chegava
Vinha a maior preocupação
Que não era ficar sozinho
Nem morrer de inanição
Tinha os irmãos no pensamento
Saudade no coração.
Perto da margem morava
Para seguro ficar
Até que um dia resolveu
Aquela terra explorar
Botou peixe na sacola
E a fé em primeiro lugar.
Depois de muito rodar
Encontrou um velho no chão
Perguntou o que se passava
Ele estendendo sua mão
Disse que passava fome
Que desse bebida e pão.
Ali comida não tinha
Bebida era somente água
Resolveu lhe dar seu peixe
E partir d'ali sem nada
Encontrar novos caminhos
Continuar sua jornada.
Mais adiante durante a trilha
Teve uma grande surpresa
Viu uma pessoa na lagoa
Morrendo sem ter defesa
Clamando pelo socorro
Afogando com certeza.
Adil pulou na lagoa
De forma desesperada
Puxou pra fora d'ali
A pessoa quase afogada
Pegando na mão ela disse:
- Sou grata, muito obrigada.
Mais adiante na sua
jornada
Depois de passar por um monte
Viu uma idosa sem uma perna
Tentando passar uma ponte
Pegou a velha nos seus braços
E seguiu pra o outro horizonte.
Quando ele chegou ao final
O céu todo escureceu
Da velha cresceu outra perna
O que era cheiro, fedeu
A feição também mudou
Uma bruxa apareceu.
A bruxa falou primeiro:
- Por três vezes tu me viu
Como pessoa precisando
Do perigo não fugiu
Agindo sem ter pensado
Até teu coração abriu.
- Nunca conheci na vida
Uma pessoa com esse amor
Agora caberá a mim
Te consentir algum favor
Aproveite este momento
Peça seja lá o que for.
Adil tinha na sua mente
Apenas um pensamento
Voltar a sua terra natal
Contar seu padecimento
Aos irmãos que deveriam estar
Chorando de sofrimento.
A bruxa, que era versada
Nas artes da negra magia,
Foi rápido lhe falando:
- Não te darei esta alegria
Porque teus irmãos são traidores
Agiram com tirania.
- Tu vais voltar para casa
E lá terá uma surpresa
Encontrará estes irmãos falsos
Não dá forma que deseja
Mas do jeito que eles são
De acordo com a natureza.
Foi ao chão num sono profundo
Como a criança antes do parto
Dormindo para uma vida
Como quem come e está farto
Esperando alguns minutos.
Acordou bem no seu quarto.
Acordou com dois cães negros
Em silêncio lhe vigiando
Levantou-se atarantado
Seus irmãos foi procurando
Por toda cidade andou
Com a tristeza acompanhando.
Lembrou da tal profecia
Que a bruxa lhe conjurou
Voltou rápido a sua casa
Os mesmos cães lá encontrou
E com lágrimas nos dois olhos
Entendeu o que se passou.
A poesia foi terminada
Para Adil se refrescar
Esquecer-se das amarguras
Para seu amigo falar
A estória daquela corsa
E como ali foi parar.
A inveja foi no cordel
Causada por frustração
Sentimento de rancor
Em frente a limitação
Para o ganho de dinheiro
Pelas vitórias de um irmão.
A inveja na nossa vida
Surge de forma inconsciente
Aparece com palavras
Na crítica contundente
Se uma pessoa te incomoda
Tire logo ele da mente.
Não pare a leitura aqui
Procure ler outro cordel
Que conta a estória da corsa
Usada como um troféu
E o sofrimento do amor
Que era doce como mel.
Depois de passar por um monte
Viu uma idosa sem uma perna
Tentando passar uma ponte
Pegou a velha nos seus braços
E seguiu pra o outro horizonte.
Quando ele chegou ao final
O céu todo escureceu
Da velha cresceu outra perna
O que era cheiro, fedeu
A feição também mudou
Uma bruxa apareceu.
A bruxa falou primeiro:
- Por três vezes tu me viu
Como pessoa precisando
Do perigo não fugiu
Agindo sem ter pensado
Até teu coração abriu.
- Nunca conheci na vida
Uma pessoa com esse amor
Agora caberá a mim
Te consentir algum favor
Aproveite este momento
Peça seja lá o que for.
Adil tinha na sua mente
Apenas um pensamento
Voltar a sua terra natal
Contar seu padecimento
Aos irmãos que deveriam estar
Chorando de sofrimento.
A bruxa, que era versada
Nas artes da negra magia,
Foi rápido lhe falando:
- Não te darei esta alegria
Porque teus irmãos são traidores
Agiram com tirania.
- Tu vais voltar para casa
E lá terá uma surpresa
Encontrará estes irmãos falsos
Não dá forma que deseja
Mas do jeito que eles são
De acordo com a natureza.
Foi ao chão num sono profundo
Como a criança antes do parto
Dormindo para uma vida
Como quem come e está farto
Esperando alguns minutos.
Acordou bem no seu quarto.
Acordou com dois cães negros
Em silêncio lhe vigiando
Levantou-se atarantado
Seus irmãos foi procurando
Por toda cidade andou
Com a tristeza acompanhando.
Lembrou da tal profecia
Que a bruxa lhe conjurou
Voltou rápido a sua casa
Os mesmos cães lá encontrou
E com lágrimas nos dois olhos
Entendeu o que se passou.
A poesia foi terminada
Para Adil se refrescar
Esquecer-se das amarguras
Para seu amigo falar
A estória daquela corsa
E como ali foi parar.
A inveja foi no cordel
Causada por frustração
Sentimento de rancor
Em frente a limitação
Para o ganho de dinheiro
Pelas vitórias de um irmão.
A inveja na nossa vida
Surge de forma inconsciente
Aparece com palavras
Na crítica contundente
Se uma pessoa te incomoda
Tire logo ele da mente.
Não pare a leitura aqui
Procure ler outro cordel
Que conta a estória da corsa
Usada como um troféu
E o sofrimento do amor
Que era doce como mel.
terça-feira, 18 de julho de 2017
Os dois cães negros - PARTE II
Ele ouviu tudo calado
Com uma expressão de ironia
Como Adil fosse um ladrão
Para tirar sua alegria
Foi pra longe da sua casa
Partiu como quem fugia.
Vendeu tudo que ele tinha
Para ouvir seu coração
Correu pelo mundo a fora
Buscando nova nação
Fez investimento em calçados
Evitando embarcação.
Quadruplicou sua fortuna
O dinheiro era a alegria
Fosse qualquer quantidade
Sem problema ele vendia
Até que a vida cansou
E começou a tirania.
Quando ele estava bem rico
Uma doença lhe surgiu
Seis meses ficou prostrado
Seu comércio escapuliu
Percebeu um barulho em casa
Seu tostão nunca mais viu.
O restante do que tinha
Na sua doença foi investindo
Para não morrer sem jeito
Seu dinheiro foi sumindo
Até que ficou de pé
A fraqueza escapulindo.
Era rico e ficou pobre
Casou-se com a solidão
Dinheiro só pra voltar
No pensar a lamentação
De ter saído da sua casa
De não ter ouvido seu irmão.
Ao chegar a terra natal
O mais velho foi encontrar
Contou tudo que passou
Com a voz grossa a soluçar
Acreditando que o irmão
A solução iria lhe dar.
E o mais velho repartiu
A sua fortuna no meio
Era dele a obrigação
Dos seus irmãos servir de esteio
Disse para descansar
Que esquecesse este aperreio.
Depois de passado um tempo
Fraquejaram a tentação
O mais velho comedido
Soube conter o coração
Os mais novos desejando
Uma multiplicação.
Os dois irmãos juntos de Adil
Se puseram a conversar
Que o mais velho era maduro
O mesmo erro iria evitar
Precisaria sair dali
Pra fortuna triplicar.
Adil não esperava ouvir
À proposta com certeza
Tentou por tudo evitar
A tentação da riqueza
E ainda fora da cidade
Para aumentar sua tristeza.
Como ele era precavido
E lhe cabia a orientação
Resolveu fazer a aventura
Sem trazer contestação
Vendeu tudo que possuia
Metade, enterrou no chão.
Adil escolheu uma cidade
Onde tudo ali crescia
Roupa, comida, farmácia
Casa, animal, padaria
Brinquedo, roupa, estofado
Até comida vendia.
A cidade tinha um porto
Para a mercadoria entrar
Era o melhor investimento
Para quem fosse iniciar
Comprou logo dois navios
Para a empresa começar.
Um navio era para usar
No manejo da sua empresa
O outro pra retaguarda
No caso de uma incerteza
Para as intempéries da vida
E agressões da natureza.
terça-feira, 11 de julho de 2017
Os dois cães negros - PARTE I
Dois amigos se encontraram
Num bar para conversar
Hamid trouxe uma corsa
Com a saudade a disfarçar
Adil trouxe dois cães negros
Com a tristeza a comandar.
Adil começa contando
Com a morte na liderança
Dos seus pais, que eram velhinhos,
Deixando aos seus filhos herança
Para dividirem entre eles
Com parcimônia e confiança.
Ele era o filho mais velho
Foi criado com mais firmeza
O irmão que nasceu no meio
Recebeu delicadeza
O mais novo, que é de praxe,
Como se trata a realeza.
A herança foi dividida
Como disse o tabelião
Cada cá com seu roçado
E a reserva de um milhão
Ficando para o mais velho
O comando e a orientação.
Eles moravam em cidade
De comércio e muita gente
Cada um resolveu investir
Como lhes sugeriu a mente
O dinheiro duplicou
Com o caçula descontente.
O mais novo reclamava
De uma vida sem alegria
Da cidade sem aventura
De ter vinho sem harmonia
Mulher feia de quantidade
E do marulho que ouvia.
Este irmão juntou o que tinha
Da família a despedida
Vendeu tudo sem demora
Dizendo buscar outra vida
Deixou tudo para trás
Partiu sem dar despedida.
Foi bem longe de navio
Para um lugar de progresso
Investiu o dinheiro todo
Recuperou com sucesso
A todo tempo pensava:
"Para lá nunca regresso."
Como a vida não é mãe,
Mas é madrasta de certeza,
Pena dele nunca teve
E ainda trouxe uma surpresa
Um naufrágio destruiu tudo
Acabou com sua riqueza.
Como não tinha reserva
Ele resolveu voltar
Só com a roupa que vestia
E a pobreza em seu pensar
Pedir ajuda a qualquer irmão
Velha vida retomar.
Ao voltar a terra natal
Adil foi lhe socorrer
Recebendo na sua casa
A fome foi desfazer
Após ouvir um breve relato
O problema foi solver.
Pegou metade do seu
E lhe deu sem ter demora
Para ele recomeçar
A qualquer momento e hora
Espantar aquela tristeza
E ouvir outra trilha sonora.
Passadas algumas semanas
O irmão do meio veio contar
Que vivia com muito tédio
Com vontade de viajar
O direito do mais novo
Ele passou a reclamar.
Adil cumpriu seu papel
Fez uma recomendação
Que tomasse mais cuidado
Prestasse em tudo atenção
Para não lhe acontecer
O mesmo de vosso irmão.
Num bar para conversar
Hamid trouxe uma corsa
Com a saudade a disfarçar
Adil trouxe dois cães negros
Com a tristeza a comandar.
Adil começa contando
Com a morte na liderança
Dos seus pais, que eram velhinhos,
Deixando aos seus filhos herança
Para dividirem entre eles
Com parcimônia e confiança.
Ele era o filho mais velho
Foi criado com mais firmeza
O irmão que nasceu no meio
Recebeu delicadeza
O mais novo, que é de praxe,
Como se trata a realeza.
A herança foi dividida
Como disse o tabelião
Cada cá com seu roçado
E a reserva de um milhão
Ficando para o mais velho
O comando e a orientação.
Eles moravam em cidade
De comércio e muita gente
Cada um resolveu investir
Como lhes sugeriu a mente
O dinheiro duplicou
Com o caçula descontente.
O mais novo reclamava
De uma vida sem alegria
Da cidade sem aventura
De ter vinho sem harmonia
Mulher feia de quantidade
E do marulho que ouvia.
Este irmão juntou o que tinha
Da família a despedida
Vendeu tudo sem demora
Dizendo buscar outra vida
Deixou tudo para trás
Partiu sem dar despedida.
Foi bem longe de navio
Para um lugar de progresso
Investiu o dinheiro todo
Recuperou com sucesso
A todo tempo pensava:
"Para lá nunca regresso."
Como a vida não é mãe,
Mas é madrasta de certeza,
Pena dele nunca teve
E ainda trouxe uma surpresa
Um naufrágio destruiu tudo
Acabou com sua riqueza.
Como não tinha reserva
Ele resolveu voltar
Só com a roupa que vestia
E a pobreza em seu pensar
Pedir ajuda a qualquer irmão
Velha vida retomar.
Ao voltar a terra natal
Adil foi lhe socorrer
Recebendo na sua casa
A fome foi desfazer
Após ouvir um breve relato
O problema foi solver.
Pegou metade do seu
E lhe deu sem ter demora
Para ele recomeçar
A qualquer momento e hora
Espantar aquela tristeza
E ouvir outra trilha sonora.
Passadas algumas semanas
O irmão do meio veio contar
Que vivia com muito tédio
Com vontade de viajar
O direito do mais novo
Ele passou a reclamar.
Adil cumpriu seu papel
Fez uma recomendação
Que tomasse mais cuidado
Prestasse em tudo atenção
Para não lhe acontecer
O mesmo de vosso irmão.
terça-feira, 4 de julho de 2017
Os dois cães negros - Introdução
Os cordéis "Os dois cães
negros" e o "Ancião e a corsa" foram inspirados na leitura do
livro "Às mil e uma noites" que é uma coletânea de contos populares
do Oriente Médio e da Ásia. Os contos são organizados em árabe e a tradução
mais respeitada é a de Sir Richard Burton.
A obra conta a estória de um rei da Pérsia, Chahriar, que após ser traído pela esposa, decide se casar a cada noite com uma mulher diferente, matando-a no dia seguinte. A filha do vizir, Cheherazade, casa-se com o rei para acabar com o massacre. A estratégia de contar estórias à noite permite ao leitor conhecer os contos e um pouco da cultura oriental com situações fantásticas de terror, piedade, amor, ódio e cheias de religiosidade que servem para a criação de novos cordéis.
A obra conta a estória de um rei da Pérsia, Chahriar, que após ser traído pela esposa, decide se casar a cada noite com uma mulher diferente, matando-a no dia seguinte. A filha do vizir, Cheherazade, casa-se com o rei para acabar com o massacre. A estratégia de contar estórias à noite permite ao leitor conhecer os contos e um pouco da cultura oriental com situações fantásticas de terror, piedade, amor, ódio e cheias de religiosidade que servem para a criação de novos cordéis.
O cordel "Os dois cães negros" ressalta a característica da inveja entremeada pelo amor e o perdão. Vale a pena conferir!
Se passou lá no Marrocos
Esta estória de invenção
Que se trata de tristeza
De inveja, conspiração
Injustiça e tirania
Para a sua satisfação.
Esta estória de invenção
Que se trata de tristeza
De inveja, conspiração
Injustiça e tirania
Para a sua satisfação.
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