sábado, 25 de maio de 2019

Conversa da dor com o sofredor



Quando o ser humano descansa 
E a vida tira um cochilo
Diminui com seus cuidados 
Não cuidando de seu estilo 
Por ali vai chegando a dor
Que esperou surgir um vacilo.

Pode atormentar qualquer um
Em qualquer local e momento 
Começar fina e traiçoeira
Trazendo constrangimento 
Pensamentos negativos 
Revolta por sentimento.

Dor com a idade, com a pancada
Por uma noite mal dormida
Após a cárie daquele dente
No abdome após a comida
Na queda que não queria
Na menstruação não esquecida.

Existe dor para tudo
Não respeita hora e lugar
Surge sem nem ter motivo
Querendo só maltratar 
Entra sem ter permissão 
Se instala sem perguntar.

Ninguém merece esta cruz
Nem perder a tranquilidade 
A descontração do dia
O riso e a simplicidade
A paz que reina o espírito 
Distanciar a felicidade.

De repente se percebe 
A inimiga companheira 
Querendo só perturbar 
Se fazendo de faceira 
Presente de forma cruel 
Falando desta maneira:

“-Cheguei aqui sem te pedir 
Sem respeitar este momento 
Querendo sua companhia 
Alegrando em sofrimento 
Para açoitar o coração 
Causando aborrecimento.

Não me importa seu querer
Gostar, rezar ou trabalhar 
Se tem relação com filhos
Ou no que quiser falar
Nem com a sua visão do mundo 
Nem o dinheiro, nem o lugar.

Vou começar devagarzinho 
Como quem nada quer
Aumentando de mansinho 
No lugar que me convier 
Aguardando seu sofrer
E o desespero que houver.

Você vai sofrer sem paz 
Com a força da tirania
Gemendo forte com dor
Em momentos de agonia
Vai chorar de desespero 
Nunca mais terá alegria.

Quando a força lhe voltar
Estarei com a agonia pronta
Porque na partida da vida
Estarei torcendo contra
A sua esperança de cura
Não faz parte desta conta.

Quando a sua oração for forte
Rezarei para a maldade
Que ela seja sempre um guia
Para eu usar a perversidade 
Estar sempre em pensamento 
Findando a tranquilidade.

Quando pensar no descanso
De uma noite bem dormida
Estarei aguardando o dia
Muito mais fortalecida 
Preparando seu organismo 
Para jamais ser esquecida.

Quando sentir o desespero
Da agonia e da frustração 
Estarei gritando forte
A poesia da humilhação 
Embotando os sentimentos 
E apertando o coração.

No momento do seu estresse
Vou fazer você lembrar
Que na vida do seu dia
Irei nunca me afastar 
Eu ficarei até mais forte
Da tristeza e do mal estar.

Quando você se tratar 
Eu diminuo a intensidade 
Passo uns tempos sem falar
Fazendo-lhe caridade 
Quando o remédio sumir
E retorno a atividade.

Quando pensar que fui embora 
Fui fazer visita ao cão 
Procurar como fazer
Para fazer mais aflição 
Sendo a agonia e o desespero 
Prêmio de consolação.

Quando rezares a seu Deus
Recitarei no seu ouvido 
Palavras de desamor 
Deixando-te sem sentido 
Pensamento de alegria 
Com seu corpo todo moído.

Quando pensar em se matar 
Darei início a depressão 
Para ver se tu vais mesmo
Surtar a tua imaginação 
Use veneno, dê um tiro
Se for a um prédio caia no chão.

Se algum dia você entender
Que sempre irei conversar 
E que não haverá maneira
Pra você se libertar
Só lhe restará uma coisa
Conviver sem reclamar.”

Esta conversa é travada
Por aquele que sente dor
Do momento que acorda
Até a hora do sonhador
Insistindo e convencendo 
Seja santo ou pecador.

Toda dor que for recente 
Será tratada e irá embora
Quando dela se esquecer
Da vida será senhora
Faça tudo pra não ter
Uma dor no seu agora.