"Sôdade dentro do peito é qual fogo de monturo, pru fora tudo prefeito, pru dentro fazendo furo." (Patativa do Assaré)
terça-feira, 8 de julho de 2014
A Pomba e a Formiga em Cordel
Foi num belo dia que a pomba
Quis sua sede saciar
Desceu rápido do céu
Numa fonte vai pousar
Bebendo sua água bastante
Sem nada a lhe preocupar.
De súbito ela percebe
Grande perigo a sua frente
Por ali estava uma formiga
Que tropeceu num acidente
Escorregou e caiu na fonte
Querendo sair urgente.
A pomba observou tudo
Ficando compadecida
Do quase falecimento
D'aquela triste formiga
Jogando-lhe uma ervilha
Saindo d'ali em seguida.
A ervilha que foi jogada
Bem naquela ocasião
Recuperou aquela vida
D'aquela ultimação
Esperando a tal formiga
O dia da retribuição.
Caminhando pelas matas
Ela ouviu um palavriado
De um caçador descalço
Com um rifle já apontado
Para à pomba descontraída
Sem a ameaça ter-lhe notado.
Ele pensava baixinho:
"Hoje acertarei aquela
Com certeza a comerei
Assadinha na panela,
Eu só tenho que acertar
O tiro que darei nela."
A formiga muito esperta
Correu bem apressadamente
Pra junto do caçador
Usando forte seu dente
Para dar-lhe uma mordida
Que o fez atirar diferente.
Assim se deu aquela estória
Sem haver comemoração
Por parte do caçador
Que resolveu sua aflição
Contando com o pensamento
Sem ter nada na sua mão.
Há muita gente acredita
Que de nada serve o bem
Não fazendo caridade
Sem nunca ajudar ninguém,
Mas qual o propósito do homem
Sem a presença de outro alguém?
Não sei como Lafontaine
Fazia tanta gozação
Criando estórias com bichos
Pra chamar nossa atenção.
Ele no seu tempo foi
Grande gênio da criação.
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Fabiana, gostaria de saber, foi você quem fez a adaptação dessa fábula para o cordel? O texto é de sua autoria?
ResponderExcluirAbraços,
Gisee