segunda-feira, 17 de março de 2014

O Ateu Trajano - PARTE I


Eu fui um dos que duvidava
Que Ele pudesse existir
Ai me encontrei com o cão,
Parei para dele ouvir
A estória de Trajano
Que resolvi contar aqui.

Conhecido por Trajano
Não acreditava em Deus
Não nasceu rico nem pobre
No Brasil ele conheceu
As diferenças de credo
Perseverando-se ateu.

Quando Trajano pensava
No que era mais relevante
Ele nunca titubeava
Nem demorava um instante
Pensava sempre consigo:
"Minha esposa é mais importante".

Quando perguntavam pra ele
O quê de Deus ele pensava
Ele sempre respondia
Que Nele não acreditava
Porque a uns dava bondade
Já pra outros a desgraça dava.

E que se Deus fosse o bem
Do universo absoluto
O mal não reinaria a terra
Nem ficaria impoluto
Por que quando o mal se chega
Deus não sai do estado bruto?

Que se Deus existisse mesmo
Por que enviaria Jesus
Bem no meio de um povo
Que não o veria como a luz?
Ainda como não bastasse
Morreu preso numa cruz.

Os anos foram se passando
E Trajano não mudava
Os problemas iam chegando
Ele sempre blasfemava
Para toda situação
Ele de tudo caçoava.

Um dia ele teve um sonho
Que passou mais ou menos assim:
Dormia numa escuridão
Numa quietude sem fim
Apareceu-lhe um monstro
Com seus chifres de marfim.

Voou bem para cima dele
Cobrindo-lhe com uma capa
Que onde encostava doia
Como se levasse um tapa
Descobrindo o monstro disse:
- Aceita, ou então se mata.

Noite após noite Trajano
Tinha este pesadelo
Não faltava um pedaço
Sendo no mesmo modelo
Quando ele ia para sua cama
Ouriçava seu cabelo.

O sonho só foi embora
Quando sua mulher adoeceu
Uma grande dor no corpo
De repente apareceu.
Resolveram dar um tempo
Mas sua dor permaneceu.

Era uma dor muito forte
Na ponta do coração
Que aparecia todo dia
Naquela mesma ocasião
Todo dia, toda semana
Parecendo assombração.

Foram procurar um médico
Para entender o problema
Que analisou toda história
Envolvida nesta cena
Depois de lhes ouvir disse:
- Nada sei sobre este tema.

Eles retornaram a casa
Sem conseguir perceber
Como poderia à esposa
Com aquela sina viver
E todo dia na mesma hora
Sua esposa sempre a gemer.

Uma cartomante veio
Fazer a leitura da mão
Olhou pra linha da vida,
A mesma do coração,
Mas serviu pra adivinhar
A fortuna e a vocação.

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