terça-feira, 5 de maio de 2015

História de José do Egito - João Martins de Athayde - Parte II



Depois que José estava
Naquela horrenda prisão
Passaram uns israelitas
E tiveram compaixão
E chamaram os assassinos
Para comprar-lhes o irmão.

Por vinte moedas em prata
Foi o menino vendido
Todos que assistiram a venda
Consideravam perdido
Numa nação estrangeira
Como escravo desvalido.

Depois pegaram a túnica
Que José tinha deixado
Quando entrou na cisterna
Que eles tinham tirado
Mandaram levar ao velho
E dar-lhe mais um recado.

Botaram sangue na túnica
E mandaram o velho ver
Dizia assim o recado:
- Meu pai, procure a saber
De quem era essa túnica
Não podemos conhecer.

Quando o velho viu a túnica
Começou logo a chorar
Oh! Meu Deus, perdi meu filho
Como é que hei de passar?!
Foram as feras do deserto
Que o quiseram matar!

Enquanto Jacob chorava
A morte do filho amado
Ele entrava no Egito
Para onde foi levado
Foi vendido a Putifar
Intendente do reinado.

José que era um moço
Dotado de consciência
Putifar encontrou nele
Força de inteligência
Confiou da sua casa
Toda superintendência.

Em poucos dias depois
A mulher de Putifar
Intentou gozar-se dele
Não pode realizar
Por meio da falsidade
Prometeu de se vingar.

Disse ela a Putifar:
- Seu empregado é ruim
Inda ontem aquele infame
Dirigiu pilhéria a mim
Sendo eu sua esposa
Não posso ficar assim.

Putifar logo afobou-se
Ficou sego de paixão
E mandou chamar José
Na mesma ocasião
Foi duas praças com ele
Pra remetê-lo à prisão.

Entrou José na prisão
Dele ninguém tinha dó
Depois ficou mais contente
Porque não estava só
Se achava mais um copeiro
Da corte de Faraó.

Depois chegou um padeiro
Que preso também ficou
Um deles teve um sonho
E outro também sonhou
Todos mistérios dos sonhos
Foi José quem decifrou.

Disse o padeiro a José
Tudo que tinha sonhado
Por ordem de Faraó
Ia ser crucificado
E pelas aves de rapina
Seu corpo era devorado.

Disse o copeiro a José
Prometendo não faltar
- Pela sua liberdade
Eu tenho de trabalhar
Só terei algum descanso
Quando você se soltar.

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