terça-feira, 28 de abril de 2015

História de José do Egito - João Martins de Athayde - Parte I



Jacob foi um patriarca
De uma vida exemplar
Teve Raquel como esposa
Uma jovem singular
Pai de José do Egito
De quem pretendo falar.

Foram pais de onze filhos
De uma só geração
Não quero falar de todos
Pra não fazer confusão
Falo em José do Egito
Benjamim e Simião.

José era o mais moço
De Jacob era estimado
Devido essa simpatia
Pelos outros era odiado
Esse ódio aumentou tanto
Que o velho tinha cuidado.

José conhecendo isso
A todos ele temia
A intriga aumentou mais
Porque José disse um dia
Um crime que tinham feito
De cujo ninguém sabia.

Eles pensavam consigo
O que deviam fazer
Para dar fim a José
Sem o velho conhecer
Vivia o pobre menino
Sentenciado a morrer.

Disse José aos irmãos:
- Eu essa noite sonhei
Que nós andávamos juntos
E por um lugar passei
Vi onze adorando um
Quem era, também não sei.

Disse José outra vez:
- Eu tive outro sonho assim
Que me achava no deserto
Dum oceano sem fim
O sol, a lua, onze estrelas
Estavam adorando a mim.

Ficaram encolerizados
De inveja e de paixão
Vendo que aqueles sonhos
Eram a predestinação
Entre si todos juraram
De assassinar o irmão.

Eles pastoravam gado
Distante da moradia
Já o velho impaciente
Por não vê-los todo dia
Mandou José saber deles
Sem se lembrar da porfia.

Quando avistaram José
Criaram tanto rancor
Olhavam uns para os outros
Com olhos de traidor
Dizendo: - Vamos matá-lo
Porque ele é um sonhador.

Disse Rubens aos outros:
- Cá na minha opinião
Eu acho uma cousa triste
Assassinar um irmão
Botem ele na cisterna
Não lhe dê água nem pão.

Assim mesmo eles fizeram
Quando o menino chegou
Tiraram o roupa toda
Ele despido ficou
Botaram ele na cisterna
Ali mais ninguém passou.

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