Arte da Capa de Alexa Dias
Vamos
deixar Afonso só
Com
seus irmãos desconfiado
Tentando
modificar
O
que já estava criado
Ludibriá-los
a todo custo
Era
o seu plano traçado.
Vamos
ver como Liliana
Fez
para sobreviver
O
que foi que aconteceu
Sem
ter muito pra comer
E
como a sorte proveio
Para
ela não falecer.
Liliana
por várias vezes
Tentou
de casa sair
Sua
comida era só pão e água
Nem
a TV para assistir
Começando
a emagrecer
E
sua beleza a sumir.
Quando
Liliana comia
Os
vinte e quatro reais
Somente
lhe restavam a água
Migalhas,
unhas e nada mais
Seus
cabelos foram caindo
Seus
braços finos demais.
Liliana
já não sabia
O
que poderia fazer
Trancada
dentro de casa
Sem
nada para comer
Começou
a pedir pra Deus
A
coragem pra morrer.
Todo
dia ela se acordava
Já
por dentro com agonia
Sem
poder se levantar
Vivendo
sob tirania
Nada
ali modificava
Pra
mudar a melancolia.
Resolveu
ficar no chão
Estirada
na cozinha
Onde
pegava seu pão
E
um pouco de farinha
Que
o marido utilizava
Para
alimentar galinha.
Desolada
no local
Resolveu
não sair mais
Porque
se ficasse em pé
De
fraca caia para traz
E
tudo que ela comia
Era
vinte quatro reais.
Sofrendo
intensamente
Sem
forças para falar
Com
o sentimento na fome
Contrita
pôs-se a pensar:
"Deus,
será que foi tão grave
Que
ele não possa perdoar?"
Quando
começava o mês
Recomeçava
com o pão
Sem
forças pra levantar
Com
marcas de inanição
Comendo
até as migalhas
Nunca
recebeu o perdão.
Aqueles
dias se passavam
Sem
nunca nada mudar
Ela
dentro de sua casa
Ele,
sempre a trabalhar
Ela
triste lá no chão
Ele,
alegre a gargalhar.
Até
que um dia ela ouviu
Alguém
bater na sua porta
Quase
sem força no chão
Caída,
fraca e toda torta
Tentou
sussurrar: - Socorro.
Sem
forças já quase morta.
Da
porta ouviu um barulho
De
alguém querendo entrar
Eram
os irmãos de Afonso
Querendo
investigar
Por
que ninguém nunca a via
Onde
ela poderia estar.
Quando
entraram disseram:
-
Vejam! Que horror! Que loucura
Liliana
desfigurada
A
casa não tem ternura
Vamos
tirá-la d'aqui
Antes
que vá a sepultura.
Quando
Afonso entrou em casa
Foi
vendo o que se passava
O
que seus irmãos faziam
Em
nada argumentava
Saiu
de casa para um bar
E
tudo que via, tomava.
Liliana
foi resgatada
Desnutrida
e com ferida
Por
todos os irmãos de Afonso
Que
depois deram guarida
Garantindo
proteção
Para
retomar sua vida.
Afonso
virou alcoólatra
D'aquele
inveterado
Saindo
do seu emprego
Tornou-se
grande viciado
Continuou
bebendo tudo
Nunca
mais ficou casado.
O
cordel termina aqui
Eu
gostei foi muito desta
Agradeço
a Deus porque
A
inspiração me empresta
Ainda
agradeço também
Àquele
que me contou esta.
Traição
sempre existirá
Na
história da humanidade
Alguns
concedem o perdão
Outros,
fazem atrocidade.
Quem
tem Deus no coração
Vive
com fraternidade.
Todo
ser humano da Terra
Poderá
algum dia errar.
Fácil
é cometer um pecado
Difícil,
é a razão calar.
Divino
é entender tudo
Forte,
é quem sabe perdoar.
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