Arte da capa de Alexa Dias
E
assim recomeçou a vida
Na
casa deste casal
Ela
vegetando em casa
Vivendo
como um animal
Ele
indo para o trabalho
Agindo
como normal.
Afonso
fechava a porta
Como
se guardasse sua alma
Saindo
sem alvoroço
Fazendo
tudo com calma
Trancava
forte um cadeado
Pra
espantar toda vivalma.
O
dia-a-dia em seu trabalho
Ia
passando normalmente
Sorrindo
pra todo lado
Alegre
e muito contente
Ninguém
d'ali desconfiava
Nem
hipoteticamente.
Quando
chegava a sua casa
Para
Liliana nem olhava
Não
lhe dava uma palavra
Com
ela não se importava
À
noite ele dormia bem
Pela
manhã retomava.
No
trabalho todos os dias
Seu
perfil era sempre o mesmo
Chegava
todo contente
Deixava
sua mulher a esmo
Quando
Afonso ia pra sua casa
Sentia
ódio como um tenesmo.
Quando
os amigos perguntavam
-
Liliana está feliz?
Ele
respondia de pronto:
-
De viagem para Paris.
Pensando
no coração:
Bexiguenta
e meretriz.
Os
meses foram passando
Sua
mulher foi emagrecendo
O
perdão nunca chegava
Ele
mais se embrutecendo
Seus
irmãos lhe procuraram
Pra
longe deles ia correndo.
Seus
irmãos foram ficando
Preocupados
pelo Afonso
Sempre
que perguntavam
Ele
se fazia de sonso.
Pediram
luz a santo Antônio
Rezando
com seu Responso.
Certa
feita ele pensou:
"Deus,
que horrível situação
Casei-me
com uma serpente
Que
se entregou a perdição
Perdi
minha paz de espírito
Tal
qual Eva ludibriou Adão".
Os
dias foram se passando
Ele
não mudava a mente
Sempre
lembrava de Adão
E
a via como uma serpente
O
tempo não abrandava
Ela
sofreria pra sempre.
Os
irmãos de Afonso ficaram
Cada
vez mais preocupados
Com
a estória de Paris
Já
estavam desconfiados
Porque
ela teria ido só
Sem
nunca mais ter voltado?!
Um
dia Afonso desconfiou
Da
movimentação deles
Ficou
muito preocupado
Sem
deixar de pensar neles
Saiu
cedo de seu trabalho
Para
ver se enganava eles.
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