domingo, 27 de outubro de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas em Cordel - Parte III


RESENHA DA OBRAS

Machado de Assis nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1839 a 1908). É um dos maiores escritores da literatura brasileira tendo obras em vários gêneros literários como a poesia, romance, dramaturgia, contista e também foi em certa época um crítico literário. As suas grande obras-primas foram: Dom Casmurro, Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas.

A obra Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançada em 1881 e inaugura o Realismo no Brasil e deixa o Romantismo de lado para escrever de forma irônica e bem humorada sua observação sobre o comportamento humano. A obra trata de um defunto-autor que conta, com toda a sua sinceridade, tudo que se passou durante sua vida inclusive seus amores e a vida de uma mulher adúltera e também seu grande amor em vida, Virgília.

O autor, Machado de Assis, escreve a estória o defunto como se a vida fosse passando e assim põe várias passagens de momentos que em si não levam a grande emoções nem a maiores desfechos no livro. Ele mesmo, enquanto autor-defunto, escreve que o livro é enfadonho e assim o parece mesmo, mas o que torna o livro um grande sucesso também é seu olhar para o comportamento humano, a filosofia e propriamente a sua forma de escrever.

"Amável formalidade, tu és, sim, o bordão da vida, o bálsamo dos corações, a medianeira entre os homens, o vínculo da terra e do céu; tu enxugas as lágrimas de um pai, tu captas a indulgência de um Profeta. Se a dor adormece e a consciência se acomoda, a quem, senão a ti, devem esse imenso benefício?"

A obra se destina ao público adolescente, adulto e aos professores de literatura que podem abordar as descrições dos personagens como verdadeiras obras do Realismo.


CORDEL

Alguns encontros começaram
Bem depois deste momento
Virgília vivia aperreada
Sofrendo com o pensamento
Ele, que vivia sozinho,
Em profundo abatimento.

Depois de passado um tempo
Vivendo esta situação
Cubas resolveu propor
Uma louca solução
Deixarem tudo pra trás
Fugindo para outro chão.

Ela era mulher casada
Tendo muitos compromissos
Não podendo admitir
Muito menos pensar nisso
Se fugisse com Brás Cubas
Lhe causaria mal feitiço.

Eles resolveram ter
Juntos outro ponderamento
Vivendo este grande amor
Sem causar aborrecimento
Vivendo sem que soubessem
Num retirado aposento.

A compra de um casario
Fez-lhes aquele o amor crescer
Todo dia por ali se viam
Sem ver seu tempo correr.
A criada daquela casa
Sabia o segredo manter.

Mas como tudo que é bom
Nunca dura para sempre
O marido de Virgília
Quis também ser presidente
De promissora província
Bem longe daquela gente.

Um momento de terror
Se instalou no coração
E depois de muito tempo
O marido fez alusão
Chamando Brás pra ajudar
Dando-lhe uma nomeação.

A nomeação da província
Saiu com um número de azar
E o marido em desespero
Não conseguiu nem viajar.
Aquela estranha viagem
Acabou sem começar.

E foi assim que se manteve
O amor daquelas criaturas
Mantendo-se bem escondido
E nas mesmas estruturas
Sendo mais forte que nunca
Continuaram nas aventuras.

No melhor da convivência
Daquela constelação
O marido Lobo Neves
Recebe a revelação
A denúncia vem por carta
De um qualquer da multidão.

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