terça-feira, 14 de outubro de 2014

Estatística para quê?


Eu estava conversando
Com um amigo professor
Sobre um assunto espinhoso
Defendendo com ardor
O poder da estatística 
Como mistificador.

O pesquisador tem dados
Números pra analisar
Do projeto sai um artigo
Não tem nem como evitar
O valor que um dado tem
Até na hora de falar.

No momento de projeto
Faz-se o cálculo amostral
Para o aluno que estuda 
Conseguir tudo normal
Não consegue começar
Sem este número tal.

A coleta dos valores
É feita a qualquer momento
O aluno vai coletar
Pra poder dar seguimento
A uma hipótese criada
Dentro do seu pensamento.

Depois que tantos valores
Forem assim coletados
Fica aquela confusão
De números misturados
Com um estatístico bom
Ficam todos bem afinados.

O profissional letrado
Vai logo te perguntando:
- Quantas amostras você tem?
E vai logo começando
T de stundent, ANOVA
Teste de Tukey ajudando.

Os desfechos vão surgindo
Pra não vermos nulidade
O que o aluno quer mesmo
É ver a singularidade
Para que seus resultados
Lhe mostrem alguma verdade.

E depois de tudo pronto
O mundo precisa ver
De tudo que o aluno fez
Seus esforços conhecer
Publicando num periódico
Transmitindo seu saber.

Depois de esperar um tempo
Sai aquela publicação
Numa revista de impacto
Para comemoração
O leitor, pobre coitado
Lerá só sua conclusão.

Alguns são mais entendidos
Fazem algo esquisito
Lêem tudo menos seu método
Fazendo sempre este rito
Por causa da estatística
Que para ele é um grande mito.

Pelo visto esta estatística
Causa mesmo é um problema
Com seus números pra tudo
Tornando tudo um emblema:
Ler, ou não ler, a estatística
É para todos um dilema.

Ha! como seria tão bom 
Se não existisse ela
Se pudéssemos não ler
Ou jogar pela janela
Sabido é o pesquisador
Que não for precisar dela. 

E assim vamos vivendo
Esta grande confusão
O leitor finge que sabe
Repetindo a conclusão
A estatística, coitada!
Sempre na escuridão. 

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