Eu estava conversando
Com um amigo professor
Sobre um assunto espinhoso
Defendendo com ardor
O poder da estatística
Como mistificador.
O pesquisador tem dados
Números pra analisar
Do projeto sai um artigo
Não tem nem como evitar
O valor que um dado tem
Até na hora de falar.
No momento de projeto
Faz-se o cálculo amostral
Para o aluno que estuda
Conseguir tudo normal
Não consegue começar
Sem este número tal.
A coleta dos valores
É feita a qualquer momento
O aluno vai coletar
Pra poder dar seguimento
A uma hipótese criada
Dentro do seu pensamento.
Depois que tantos valores
Forem assim coletados
Fica aquela confusão
De números misturados
Com um estatístico bom
Ficam todos bem afinados.
O profissional letrado
Vai logo te perguntando:
- Quantas amostras você tem?
E vai logo começando
T de stundent, ANOVA
Teste de Tukey ajudando.
Os desfechos vão surgindo
Pra não vermos nulidade
O que o aluno quer mesmo
É ver a singularidade
Para que seus resultados
Lhe mostrem alguma verdade.
E depois de tudo pronto
O mundo precisa ver
De tudo que o aluno fez
Seus esforços conhecer
Publicando num periódico
Transmitindo seu saber.
Depois de esperar um tempo
Sai aquela publicação
Numa revista de impacto
Para comemoração
O leitor, pobre coitado
Lerá só sua conclusão.
Alguns são mais entendidos
Fazem algo esquisito
Lêem tudo menos seu método
Fazendo sempre este rito
Por causa da estatística
Que para ele é um grande mito.
Pelo visto esta estatística
Causa mesmo é um problema
Com seus números pra tudo
Tornando tudo um emblema:
Ler, ou não ler, a estatística
É para todos um dilema.
Ha! como seria tão bom
Se não existisse ela
Se pudéssemos não ler
Ou jogar pela janela
Sabido é o pesquisador
Que não for precisar dela.
E assim vamos vivendo
Esta grande confusão
O leitor finge que sabe
Repetindo a conclusão
A estatística, coitada!
Sempre na escuridão.
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