Foi num belo dia que a pomba
Quis sua sede saciar
Desceu rápido do céu
Numa fonte vai pousar
Bebendo sua água bastante
Sem nada a lhe preocupar.
De súbito ela percebe
Grande perigo a sua frente
Por ali estava uma formiga
Que tropeceu num acidente
Escorregou e caiu na fonte
Querendo sair urgente.
A pomba observou tudo
Ficando compadecida
Do quase falecimento
D'aquela triste formiga
Jogando-lhe uma ervilha
Saindo d'ali em seguida.
A ervilha que foi jogada
Bem naquela ocasião
Recuperou aquela vida
D'aquela ultimação
Esperando a tal formiga
O dia da retribuição.
Caminhando pelas matas
Ela ouviu um palavriado
De um caçador descalço
Com um rifle já apontado
Para à pomba descontraída
Sem a ameaça ter-lhe notado.
Ele pensava baixinho:
"Hoje acertarei aquela
Com certeza a comerei
Assadinha na panela,
Eu só tenho que acertar
O tiro que darei nela."
A formiga muito esperta
Correu bem apressadamente
Pra junto do caçador
Usando forte seu dente
Para dar-lhe uma mordida
Que o fez atirar diferente.
Assim se deu aquela estória
Sem haver comemoração
Por parte do caçador
Que resolveu sua aflição
Contando com o pensamento
Sem ter nada na sua mão.
Há muita gente acredita
Que de nada serve o bem
Não fazendo caridade
Sem nunca ajudar ninguém,
Mas qual o propósito do homem
Sem a presença de outro alguém?
Não sei como Lafontaine
Fazia tanta gozação
Criando estórias com bichos
Pra chamar nossa atenção.
Ele no seu tempo foi
Grande gênio da criação.
Fabiana, gostaria de saber, foi você quem fez a adaptação dessa fábula para o cordel? O texto é de sua autoria?
ResponderExcluirAbraços,
Gisee