terça-feira, 22 de julho de 2014

Fábula do Conselho dos Ratos em Cordel

O Conselho dos Ratos




Entre todos as feras lindas
Ele era o mais lindo gato
Batizado Rodilardo
Conhecido esgana-rato.
Dentre todas as qualidades
Nasceu um assassino nato.

Fosse noite ou mesmo dia
Nada ao gato escapava
A uns ratos ele mordia
Já a outros, a fera esganava
Comia quem ali aparecia
Fosse quem fosse, pegava.

Não perdoava ninguém
Sendo por todos odiado
Ninguém conseguia notar
Sua presença no telhado
Era a fera mais temida
Por diabo era comparado.

De repente apareceu
Algo assim diferente
Ele ficando parado
Às vezes indiferente
Buscava em toda parte
Remédio pra dor de dente.

Os ratos em grande número
Quiseram fazer reunião
Para juntos discutirem
A temida situação
Para eles pensarem juntos
E buscarem solução.

Um rato disse assim:
- A situação não tem graça
Se não pensarmos em algo
Haverá grande desgraça
Rodilardo tem prazer
Em extinguir nossa raça.

Bem alto outro falou assim:
- Passou na minha vinheta
Socorrermos a dor do gato
Pra que ela desapareça
Em troca nós lhe poremos
No pescoço uma sineta.

A ideia foi logo aprovada
Sendo de grande prudência
Quando ele movimentasse
Sentiriam sua presença
Sairiam d'ali correndo
Sem com a fera ter audiência.

Depois de muito falarem
Foi chegada a aprovação
Ficando uma grande dúvida
No local da discussão
Quem seria o herói executor
Do plano de salvação?

Muitos foram inquisitados
Para com o gato falar
Mas ninguém teve coragem
De perto dele chegar
E ninguém se apresentou
Para o plano executar.

Como rato algum surgiu
Para aquela situação!
A dor desapareceu
Rodilardo ficou são
Mais com pouca retornou
Ao seu papel de extinção.

Depois surgiu um consenso
Criado na assembléia geral
Que as facetas de um problema
Que prece ser fatal
Pode exigir um remédio
Às vezes pior que seu mal.

La Fontaine foi citado
Nas estórias de outros autores
Para as mais variadas classes
E todos os consumidores
Mas este foi dedicado
Aos meus queridos leitores.

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