segunda-feira, 10 de março de 2014

Você tem enxaqueca?


A doença enxaqueca
É por todos conhecida
Causa de uma dor tremenda
Quase agente se suicida
Esta doença horrorosa
Escondida e misteriosa
Precisa ser entendida.

Antes dela o que se sente,
Não sei como começar
Uma coisa dá n'agente,
Dá ansiedade pra brigar.
Vem uma grande impaciência
Que nem mesmo pela ciência
Consegue se explicar.

Começo a falar bem alto
Me irrito logo com tudo
Quando alguém me pergunta
Vou permanecendo mudo
Até quem gosta d'agente
Que fica também valente
Com raiva, com pena e abuso.

Outra coisa bem estranha
É que eu vejo uma luz forte
Mesmo com os olhos fechados
No leste, no sul e no norte
Passando no pensamento:
"Ah, como eu me lamento
Ter nascido com esta sorte!"

Como é ruim ter esta sina!
Se eu disser ninguém acredita
Que eu pareço um profeta
Prevendo coisa esquisita.
Se eu me zanguei e me alterei
Com uma luz me encandeei,
É aquela doença maldita.

Depois vem aquela dor forte
No cérebro penetrante
Como se fosse um sino
Grande, alto e extrondante
Penso até que vou morrer
Com a dor de enlouquecer
Forte como um alto-falante.

Como se não nos bastasse
Ainda temos um problema
Que quando ele está presente
Vai se acabando o dilema
É o vômito intransigente
Que nos deixa ainda mais doente

Completando este teorema.

Eu vou procurar um escuro
Tentando me esconder
Como se fosse um refúgio
Para não enlouquecer
Com à dor que é latejante
Também às vezes massacrante
Não sabendo o que fazer.

Vou procurar um silêncio
Na minha cama deitar
Quietinho no meu cantinho
Deixando o tempo passar
Só que a dor que aparece
Com nada se enternece
Não me deixa melhorar.

Um remédio, não sei qual
Procuro para ingerir
Com aquela dor mais forte
Sem nada pra me acudir
Às vezes sinto melhora
Depois volta sem demora
Não sei dela escapulir.

Quando nada mais funciona
Procuro algum hospital
Buscando qualquer socorro
Para a dor descomunal.
O médico, gente fina,
Dá morfina e ergotamina
Prescrevendo-me tramal.

Tem médico que duvida
E do óbvio desconfia
Buscando na anamnese
Pedindo tomografia.
E o jeito, é fazer o tal exame
Causando-lhe um vexame
Acabando sua teoria.

Quando aquela dor aparece
Você sente um temor
Daquela suposição
Que causa grande terror
Porque todo mundo pensa
Que vai receber a sentença
De ser dono de tumor.

Assim que ela vai embora
Acaba a perversidade
Chegando aquela alegria
Não me deixando saudade.
Neste templo de prazer
Eu quero permanecer
Sempre e com tranquilidade.

Só o doente é quem deseja
Que ela ficasse sumida
Fosse para muito longe
Ficasse por lá esquecida
E que ela desapareça
Saia de dentro da cabeça

Pra sempre da nossa vida.

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