"Sôdade dentro do peito é qual fogo de monturo, pru fora tudo prefeito, pru dentro fazendo furo." (Patativa do Assaré)
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Édipo, Jocasta e Laio: Um Complexo Freudiano.
Vou fazer uma narração
De um triângulo amoroso
Que foi estudado por Freud
Como um tema amistoso,
Sobre Laio, Jocasta e Édipo
Num complexo misterioso.
Laio possuia um gênio forte
Dono de grande uma empresa
Riquíssimo de nascença
Educado na nobreza
Aprendeu cedo a ser enérgico
Respeitoso sem brabeza.
Possuia grandes investimentos
Apesar de pouca idade:
Grandes mansões, casas, carros
Também muitas propriedades,
Investimentos bancários
E dinheiro em quantidade.
Laio tinha o que bem quisesse
E o que o dinheiro comprar
Só lhe faltava uma coisa,
Uma mulher pra casar.
Não achava pra si ninguém
Em que pudesse confiar.
Num dia normal de trabalho
O cupido lhe flechou
Percebeu uma funcionária
Que por ali nunca andou.
Uma mulher muito jovem
Que a própria beleza criou.
Laio procurou saber o nome
Da mulher descomunal,
Descobriu que era Jocasta
Muito boa profissional,
Também uma mulher bem jovem.
Formariam um lindo casal.
De tanto que Laio fez
Confirmou seu pensamento.
Uma mulher linda e jovem
Para seu desfrutamento.
Desejando lindos filhos
Pra consumar o casamento.
Esses filhos nunca vinham
E eles sempre a reclamar,
Toda noite estavam ali
No leito para tentar
Porém nunca vinha nada
E a esperança a se ultimar.
Laio decidiu que ia pedir
Ajuda para um adivinho
Conhecido e bem famoso
Que morava ali pertinho
Assim que pode, foi ver
Qual seria seu caminho.
Ao chegar aquele lugar
O rapaz foi lhe dizendo:
- Entre Laio e sente bem aqui
Seu futuro vou prevendo
Seu filho será a desgraça
Que você está querendo.
Pense bem se vai querer
Filho que lhe trará fim
Deus está lhe protegendo
Ficarás bem melhor assim.
Você acabe logo com isso
Reflita, não seja ruim.
Ele saiu de lá bem triste,
Desolado e pensativo.
"Que filho terrível esse!
E que final destrutivo!
Que fiz eu para merecer
Este mal definitivo?"
Quando Laio chegou a sua casa
A mulher foi lhe dizendo:
- Marido, estou feliz
A barriga está crescendo
Porque chegou a gravidez
E a vida está florescendo.
Laio ficou muito cismado
Com aquela situação.
Contou em detalhes a mulher
O dito da maldição.
Ela, ficou desolada
E ele, chorando no chão.
Depois de passar alguns dias
O casal tocou no assunto.
Sem haver uma definição
Porém analisando juntos,
Aceitavam qualquer coisa
Menos ter um filho defunto.
Passaram-se nove meses
Sem tomarem decisão
A rotina que era calma
Virou uma aporrinhação.
Depois do menino vivo
Acharam uma solução.
O pai levou seu menino
Para longe de sua esposa,
Entregando-o a um meliante
Saiu fugindo como raposa
Porém dizendo-lhe assim:
- Mate e coma com anchova.
O meliante bem pago
Levou o menino d'ali
Achando ele muito lindo
Não quis lhe fazer "suchi".
Arremessou-o numa porta
Saindo como um lambari.
Um cidadão de meia idade
Que perto d'ali morava
Achou o pobrezinho só
Enquanto ele caminhava
Resolveu levar pra casa
O menino que chorava.
Quando chegou acompanhado
De um menino que chorou
Sua esposa foi sorrindo
E tudo certo ficou.
Sendo batizado de Édipo
Que cresceu, mas não casou.
Um belo dia saiu de casa
Em seu carro dirigindo
Em trânsito muito louco
Por um atalho foi saindo
Numa rua estreita e esquisita
Num carro foi colidindo.
Édipo desceu do carro
Para tudo esclarecer
Com aquele desconhecido
Que acabara de descer.
O desconhecido era Laio
Pronto para debater.
Cada um se manifestava
Dono da sua colisão
Reclamando e esbravejando
Sem querer pedir perdão.
Os ânimos foram exaltando
Se instalou uma confusão.
Depois de um bate boca
Começaram a se atracar
Com porradas e pontapés
Paus e pedras para atacar.
Édipo pegou uma faca
Para no peito cravar.
Laio caiu no chão sem mover,
Tremendo sem respirar
Morrendo ali de imediato
Sem seu socorro chegar.
Édipo saiu d'ali rápido
Pra ninguém lhe dedurar.
Laio fugiu daquela cena
Numa terrível aflição
Não podendo esconder
Sua terrível frustração.
Nunca poderia explicar
Como se deu a situação.
Édipo passa triste anos
Sofrendo internamente
Pedindo a Deus mais uma chance
Para viver novamente
Quando um dia se deparou
Com um assalto na sua frente.
Uma mulher era atacada
Por um forte marginal.
Ele não pensou duas vezes
Pulou como um animal,
Lutou uma hora bravamente
Com ira sobrenatural.
Após fazer o salvamento
Percebeu imensa beleza.
Ela ficou apavorada,
Ele sem sentir tristeza,
Perguntou-lhe por seu nome
E ouviu com grande clareza:
Ela só disse: - Jocasta.
E neste mesmo instante
Ambos sentiram em si algo
Como uma emoção marcante
Coração batendo forte
E um desejo possante.
Depois d'aquele encontro
Não souberam explicar
Como o amor foi crescendo
Não parando de aumentar.
Os dias foram se passando
Acabaram por casar.
Depois do seu casamento
Édipo ficou estagiário
Do seu novo empreendimento
Aprendendo a ser empresário
Investindo mais dinheiro
Acabando milionário.
Alguns anos se passaram
E os filhos foram nascendo
Mas depois deste ocorrido
Algo ruim foi acontecendo
Tudo que ele investia
Acabava se perdendo.
Um misterioso desfalque
Ocorreu na sua empresa
Dois funcionários corruptos
Roubaram-lhe com destreza
O dinheiro produzido
Escapulindo a francesa.
Por desvalorização
Lá na bolsa de valores
Ele perdeu todas ações
Reservas e investidores.
A sua vida parecia
Um cinema de terrores.
A sua vida desandava
Como horrível maldição,
Todo dia era pra perder
E sofrer uma humilhação.
Ele não conseguia dar
Para nada solução.
Em determinado tempo
Vendo tudo desandar
Procurou nas redondezas
Um homem para adivinhar
O que estava acontecendo
E uma solução encontrar.
No dia em que ele resolveu
Saber da adivinhação
Levou Jocasta ao seu lado
Para a tal conversação,
Sabia que poderia ter
Com ela uma explicação.
Ao chegar na casa dele
Estava muito ansioso
Para entender porque
Seu mundo estava horroroso.
Entrando encontrou um homem,
Bastante cerimonioso.
Sentaram sem falar nada
E o profeta começou:
- Vocês vieram a minha casa
Pra entender o que lhe causou
Tão grandioso sofrimento
E para isso aqui estou.
Eles ficaram perplexos
Pois a ninguém tinham contado
Seus desejos de saber
O que lhes tinham ocultado
No presente ou no futuro
Em sonhos ou no passado.
E o adivinho continuou:
- Vocês deviam perceber
Que nada lhes foi ocultado
Antes de Édipo nascer
Seu pai foi me procurar
Para o futuro saber.
Jocasta não engravidava
De seu primeiro marido
Porque se assim o fizesse
Seu destino era sofrido
E depois que ele nasceu
Da sua casa foi banido.
Édipo matou seu pai e
Sem saber com a mãe casou.
Jocasta partiu correndo
Porque a história lhe enojou.
Édipo sem acreditar
Uma reação não esboçou.
Depois que ele entendeu
Aquela situação ruim
Saiu tremendo do local
Atras de um botequim
Pois aquilo não poderia
Ser tão triste mesmo assim.
Depois de tantas bebidas
Para casa retornou.
Vendo grande escuridão
A porta ele derrubou.
Viu Jocasta enforcada
Em desespero ficou.
Nesta hora entra em pânico
E começa sua loucura
Não pensava em viver
Só se via na sepultura
Pensando em se jogar
Bem d'ali daquela altura.
Em meio ao surto de loucura
Desejou nada mais ver
Correu para sua cozinha
Sem prever o que iria fazer.
Encontrou uma grande faca
Que nos seus olhos foi meter.
Na mutilação dizia:
- Um, porque meu pai matei.
Também furo este outro olho
Pois minha mãe não salvei.
Ainda sairei pelo mundo
Para ver se morrerei.
E assim ele sai pelo mundo
Em sua loucura total
Pedindo comida cego
Como um débil mental
Chegando nossa estória
A mais um tristonho final.
Esta estória surgiu agora
Porque de Freud lembrei,
Pra rever o complexo de Édipo
Conforme antes já o estudei,
E para ajudar seu estudo
Nova roupagem lhe dei.
Esta nova geração
Disso nunca ouviu falar.
Mas será sempre bem vindo
Este complexo estudar
Por isso fui buscar no mito,
Para me fundamentar.
Na vida de uma pessoa
As situações vão surgindo
Algumas serão bem vindas
Outras vamos repelindo
Sempre se identificando
Com este complexo lindo.
Hora poderemos agir
Como se fossemos o pai
Usando certa firmeza
Para a situação que vai
Nos trazer certo rigor
Se não agente se retrai.
Hora poderemos agir
Usando muita ternura
Como se fossemos a mãe
Ou uma flor de formosura
Para as situações boas
Tendo um jogo de cintura.
Ou como pai, ou como mãe,
Assim nós vamos vivendo
Enfrentando mais problemas
Para não ir enlouquecendo.
Com firmeza ou com ternura
Todos nós vamos crescendo.
Assim termina o cordel
Para o nosso aprendizado
Entendendo este complexo
Que pelo Freud foi criado
E que por nosso inconsciente,
Usamos sem ser notado.
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