História de Nossa Senhora de Guadalupe em Cordel

Vou narrar uma bela história
Feita para seu desfrute.
Falarei de bravo índio
Que não dançava Quarup,
Mas que na sua vida viu
A Virgem de Guadalupe.

Diego sempre caminhava
Para aprender catecismo,
Queria muito receber
Tradicional batismo.
Tinha fé na Santa Missa
E não fazia barbarismo.

Um dia saiu de casa cedo
Para sua a missa assistir.
Passando por uma colina
Uma voz passou ele a ouvir
Seu nome a voz sussurrava
E Diego a se escapulir.

De repente se deu conta
Que seu nome era chamado
Do alto daquela colina
Como se fora forçado
A subir cada vez mais
Como se fosse empurrado.

Ao subir aquela colina
Percebeu Nossa Senhora,
Que seu nome pronunciava
Forte e lindo sem demora.
Ele muito emocionado
Ajoelha, reflete e chora.

Maria resolve falar:
- Diego, meu filho querido,
Vai até o bispo da cidade
E lá entregue meu pedido.
Vamos construir uma igreja
Para o povo desvalido.

Ele saiu correndo logo
Sem naquilo acreditar
Em direção ao arcebispado
A mensagem revelar.
Mal Diego chegou ao local
Começou logo a falar.

Mas o bispo não quis saber
Não quis nem mesmo lhe ouvir.
Pediu que trouxesse provas
Que parasse de mentir.
Aquilo era muito sério
Não era coisa pra pedir.

Diego foi para sua casa
Triste, muito desolado.
Ficou várias horas na cama
Pensativo e transtornado.
O que poderia fazer
Além de ficar chocado?

No outro dia acordou melhor
Mas viu seu tio muito doente.
Saiu de sua casa correndo
Preocupado e penitente.
Caso demorasse muito,
Ficaria órfão de repente.

Na sua procura por médico
Tentou o caminho evitar,
Mas Maria, Virgem Santíssima
Recomeçou a lhe chamar.
E ele muito arrependido
Com ela foi se confersar.

Subindo ao local lhe disse:
- O bispo não acreditou
Preciso levar um sinal
Assim ele me explicou.
Depois que me disse assim
Bem pra longe se afastou.

A Virgem Maria lhe disse:
- Suba na colina e leve
Um ramalhete de flores,
Selecione tudo e pegue
Com cuidado as mais belas
Para que ele não lhe negue.

O índio lhe respondeu:
- Minha Senhora adorada,
Meu tio está bastante doente
Quando saí, ele se ultimava
Sofrendo dor intensamente
Acho que nem respirava.

E Maria lhe exclareceu:
- Quando puderes voltar
Ele já estará curado
Prontinho para rezar
Pelos pobres desvalidos.
Vai logo sem demorar.

E assim mesmo Diego fez
Partiu-se d'ali sorrindo
E foi com o bispo falar.
Lá chegou sem ser bem vindo.
Começou tudo a explicar
E o bispo já escapulindo.

Quando se apercebeu que
Tava desacreditado
Soltou aquele ramalhete
E ficou ali bem parado
Com a imagem da Virgem Mãe
No manto fotografado.

O bispo então lhe falou:
- Valha-me Nossa Senhora,
Vejo aqui milagre santo.
Não ignorarei isso agora
Sem acreditar neste fato
E nessa magnífica hora.

E deste encontro nasceu
Nossa grande devoção
A protetora das Américas
E do seu povo cristão
Todos anos comemoramos
Fazendo-lhe procissão.

Foi em 1531
Que tal fato se passou.
O bispo foi agilizar
Aquilo que se tornou
O templo de Guadalupe
Que a fé assim nos confirmou.