terça-feira, 29 de julho de 2014

Correr, Cair, Levantar




Correndo no chão cai
Tava pensando na vida
Quando levei um escorregão
Interrompendo a corrida.
Ruim é sentir dor
Porque sou trabalhador
Quando voltar a atividade
Não quero segurar em pau
Pra não indicarem hospital
Foi um problema da cidade.

Tristeza sem ciclovia
Nem local para correr
As pessoas todavia
Querem esporte fazer.
Qualquer coisa serve
Que nossa saúde preserve
Na cidade que da dó
Com assaltos e tirania
Que vemos aqui todo dia
Tristemente na Maceió.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Fábula do Conselho dos Ratos em Cordel

O Conselho dos Ratos




Entre todos as feras lindas
Ele era o mais lindo gato
Batizado Rodilardo
Conhecido esgana-rato.
Dentre todas as qualidades
Nasceu um assassino nato.

Fosse noite ou mesmo dia
Nada ao gato escapava
A uns ratos ele mordia
Já a outros, a fera esganava
Comia quem ali aparecia
Fosse quem fosse, pegava.

Não perdoava ninguém
Sendo por todos odiado
Ninguém conseguia notar
Sua presença no telhado
Era a fera mais temida
Por diabo era comparado.

De repente apareceu
Algo assim diferente
Ele ficando parado
Às vezes indiferente
Buscava em toda parte
Remédio pra dor de dente.

Os ratos em grande número
Quiseram fazer reunião
Para juntos discutirem
A temida situação
Para eles pensarem juntos
E buscarem solução.

Um rato disse assim:
- A situação não tem graça
Se não pensarmos em algo
Haverá grande desgraça
Rodilardo tem prazer
Em extinguir nossa raça.

Bem alto outro falou assim:
- Passou na minha vinheta
Socorrermos a dor do gato
Pra que ela desapareça
Em troca nós lhe poremos
No pescoço uma sineta.

A ideia foi logo aprovada
Sendo de grande prudência
Quando ele movimentasse
Sentiriam sua presença
Sairiam d'ali correndo
Sem com a fera ter audiência.

Depois de muito falarem
Foi chegada a aprovação
Ficando uma grande dúvida
No local da discussão
Quem seria o herói executor
Do plano de salvação?

Muitos foram inquisitados
Para com o gato falar
Mas ninguém teve coragem
De perto dele chegar
E ninguém se apresentou
Para o plano executar.

Como rato algum surgiu
Para aquela situação!
A dor desapareceu
Rodilardo ficou são
Mais com pouca retornou
Ao seu papel de extinção.

Depois surgiu um consenso
Criado na assembléia geral
Que as facetas de um problema
Que prece ser fatal
Pode exigir um remédio
Às vezes pior que seu mal.

La Fontaine foi citado
Nas estórias de outros autores
Para as mais variadas classes
E todos os consumidores
Mas este foi dedicado
Aos meus queridos leitores.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Uma pequena dose de amor - Francisco Antônio



Eu li um outro dia um cordel
Falando do velho amor
E do coração do povo
Que tá cheio de rancor
E como isso aconteceu
Sem a mão de Nosso Senhor.

Antônio Francisco autor
Foi quem teve inspiração
De como foi acontecer
Para encher o coração
De tristeza, ódio, rancor
Inveja e de negação.

Cordel lindo. Para ver clique abaixo.

http://mundocordel.blogspot.com.br/2007/11/cordel-de-antonio-francisco.html

Hoje ainda falta em nós
Aquela dose de amor
Porque no Brasil tem gente
Que não vive, é sofredor
Na oportunidade vinda
Acaba-se o explendor.

Andando por nossas ruas
Com total descontração
Carregando alguns pertences
Forte na palma da mão
Aparece um qualquer
Se fazendo de ladrão.

A escola anda um caos
Todo mundo tendo zero
Os responsáveis por tudo
Ficam agindo tal Lutero
Prometem mudar de tudo
Não passa de um lero.

Quando você vai a seu médico
Fazer àquela sua consulta
Enfrenta filas tão grandes
O atendente lhe insulta
Acorda de madrugada
Só para esquentar sua cuca.

Quando chegam as eleições
O político promete
Quando eles ganham no pleito
Ninguém nem se compromete
Dizem logo ao seu povão:
- Tome tento, não se mete.

Seria tudo diferente
Se pudéssemos viver
Com aquela dose de amor
Que o homem deixou de ter
E agora fico pensando:
"Que poderemos fazer?".

terça-feira, 8 de julho de 2014

A Pomba e a Formiga em Cordel




Foi num belo dia que a pomba
Quis sua sede saciar
Desceu rápido do céu
Numa fonte vai pousar
Bebendo sua água bastante
Sem nada a lhe preocupar.

De súbito ela percebe
Grande perigo a sua frente
Por ali estava uma formiga
Que tropeceu num acidente
Escorregou e caiu na fonte
Querendo sair urgente.

A pomba observou tudo
Ficando compadecida
Do quase falecimento
D'aquela triste formiga
Jogando-lhe uma ervilha
Saindo d'ali em seguida.

A ervilha que foi jogada
Bem naquela ocasião
Recuperou aquela vida
D'aquela ultimação
Esperando a tal formiga
O dia da retribuição.

Caminhando pelas matas
Ela ouviu um palavriado
De um caçador descalço
Com um rifle já apontado
Para à pomba descontraída
Sem a ameaça ter-lhe notado.

Ele pensava baixinho:
"Hoje acertarei aquela
Com certeza a comerei
Assadinha na panela,
Eu só tenho que acertar
O tiro que darei nela."

A formiga muito esperta
Correu bem apressadamente
Pra junto do caçador
Usando forte seu dente
Para dar-lhe uma mordida
Que o fez atirar diferente.

Assim se deu aquela estória
Sem haver comemoração
Por parte do caçador
Que resolveu sua aflição
Contando com o pensamento
Sem ter nada na sua mão.

Há muita gente acredita
Que de nada serve o bem
Não fazendo caridade
Sem nunca ajudar ninguém,
Mas qual o propósito do homem
Sem a presença de outro alguém?

Não sei como Lafontaine
Fazia tanta gozação
Criando estórias com bichos
Pra chamar nossa atenção.
Ele no seu tempo foi
Grande gênio da criação.