quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas em Cordel - Parte I


RESENHA DA OBRA

Machado de Assis nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1839 a 1908). É um dos maiores escritores da literatura brasileira tendo obras em vários gêneros literários como a poesia, romance, dramaturgia, contista e também foi em certa época um crítico literário. As suas grande obras-primas foram: Dom Casmurro, Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas.

A obra Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançada em 1881 e inaugura o Realismo no Brasil e deixa o Romantismo de lado para escrever de forma irônica e bem humorada sua observação sobre o comportamento humano. A obra trata de um defunto-autor que conta, com toda a sua sinceridade, tudo que se passou durante sua vida inclusive seus amores e a vida de uma mulher adúltera e também seu grande amor em vida, Virgília.

O autor, Machado de Assis, escreve a estória o defunto como se a vida fosse passando e assim pôe várias passagens de momentos que em si não levam a grande emoções nem a maiores desfechos no livro. Ele mesmo, enquanto autor-defunto, escreve que o livro é enfadonho e assim o parece mesmo, mas o que torna o livro um grande sucesso também é seu olhar para o comportamento humano, a filosofia e propriamente a sua forma de escrever.

"Amável formalidade, tu és, sim, o bordão da vida, o bálsamo dos corações, a medianeira entre os homens, o vínculo da terra e do céu; tu enxugas as lágrimas de um pai, tu captas a indulgência de um Profeta. Se a dor adormece e a consciência se acomoda, a quem, senão a ti, devem esse imenso benefício?"

A obra se destina ao público adolescente, adulto e aos professores de literatura que podem abordar as descrições dos personagens como verdadeiras obras do Realismo.

CORDEL

A estória que aqui começa
É iniciada pelo fim
Com pessoas num velório
Sem falatório e estopim
Do falecido Brás Cubas
Que nunca fora um arlequim.

Mesmo ele sendo um defunto
Relatou toda sua estória
Revelando com detalhes
Que lhe aparecia em memória
Dizendo sem picardia
E sem temer a palmatória.

Este enterro sem alegria,
Numa igreja em vigília,
Contava com a presença
Das pessoas da família
Perambulando seu  amor
Conhecida por Virgília.

O motivo de sua morte
Foi pelo autor relatado
Ter inventado um tal emplasto
Que lhe tornaria afamado
Pra curar a melancolia
Que por todos era falado.

A idéia foi ficando fixa
Sem que nunca amadureça
Levando forte pancada
Bem no meio da cabeça
Se negando ao tratamento
Até que a morte envaideça.

O autor muda seu relato
Neste importante momento
Voltando pra seu passado
Até o dia do nascimento
Ao leitor fez revertério
Mudando seu sentimento.

Ele nasceu e foi crescendo
Um garoto bem traquino
Relatando as peripécias
Da sua vida de menino
Com seu pai passando a mão
Lhe fazendo muito mimo.

Depois adulto se apaixona
Por uma mulher muito bela
Que tinha vida marcante
E já não era uma donzela
Sendo chamada por todos
Pelo nome de Marcela.

Ela era uma mulher linda
Bastante amadurecida
Trocando quem quer que fosse
Por alguma jóia recebida
É assim que Brás Cubas cai
Nas garras desta bandida.

Quanto mais Cubas a amava
Mais lhe dava algum presente
Gastando tudo que tinha
E também de seu parente
Fazendo bastante dívidas
Parecendo ser seu cliente.

Seu pai descobriu esse amor
Antes de entrar na falência
Enviando-o para a Europa
A beira da decadência
Para que ele recobrasse
A bondade e a inteligência.

E Brás Cubas subiu a bordo
Com pensamentos de morte
Embarcando entristecido
Sem saber qual seria a sorte
Quando avistou um furacão
Pensou: "serei um cabra forte?".

Evitando o pensamento
De não ficar ali de loa
Brás Cubas se tornou forte
Desembarcando em Lisboa
Vivendo ali suas aventuras
Nem lembrando da pessoa.

Nunca fora bom estudante
Mas não sentia frustração
Passou bem pelas cadeiras
Sem ter muita formação.
O estudo não era seu foco
Menos sua preocupação.

E foi vivendo bem assim
Com a vida bastante torta
Mulheres, dinheiro, vinho
Nada mais que se lhe importa
Até que uma carta disse:
"Tu vais achar tua boa mãe morta".

A vida lhe deu um motivo
Para não ser aventureiro
Deixar aquela vida insana
Retornando num cruzeiro
Saindo das águas de Veneza
Chegando ao Rio de Janeiro.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas em Cordel - Parte II


RESENHA DA OBRA

Machado de Assis nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1839 a 1908). É um dos maiores escritores da literatura brasileira tendo obras em vários gêneros literários como a poesia, romance, dramaturgia, contista e também foi em certa época um crítico literário. As suas grande obras-primas foram: Dom Casmurro, Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas.

A obra Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançada em 1881 e inaugura o Realismo no Brasil e deixa o Romantismo de lado para escrever de forma irônica e bem humorada sua observação sobre o comportamento humano. A obra trata de um defunto-autor que conta, com toda a sua sinceridade, tudo que se passou durante sua vida inclusive seus amores e a vida de uma mulher adúltera e também seu grande amor em vida, Virgília.

O autor, Machado de Assis, escreve a estória o defunto como se a vida fosse passando e assim pôe várias passagens de momentos que em si não levam a grande emoções nem a maiores desfechos no livro. Ele mesmo, enquanto autor-defunto, escreve que o livro é enfadonho e assim o parece mesmo, mas o que torna o livro um grande sucesso também é seu olhar para o comportamento humano, a filosofia e propriamente a sua forma de escrever.

"Amável formalidade, tu és, sim, o bordão da vida, o bálsamo dos corações, a medianeira entre os homens, o vínculo da terra e do céu; tu enxugas as lágrimas de um pai, tu captas a indulgência de um Profeta. Se a dor adormece e a consciência se acomoda, a quem, senão a ti, devem esse imenso benefício?"

A obra se destina ao público adolescente, adulto e aos professores de literatura que podem abordar as descrições dos personagens como verdadeiras obras do Realismo.



CORDEL

A viagem foi demorada
Sua amada mãe havia morrido.
Ficou triste, desolado
Pensativo e combalido.
Mudou-se para outra casa
Para viver entristecido.

Depois de passar algum tempo
Após esta triste partida
Seu genitor resolveu
Fazer-lhe uma boa investida
Para que seu Brás pudesse
Mudar a situação de vida.

A investida foi um pedido:
"Política e o casamento".
Ele não queria pra si
Nenhum comprometimento
Mas seu pai era perspicaz
Conseguiu consentimento.

Brás resolveu visitar
Para alegrar o coração
Uma amiga do passado
Com quem ele fez malcriação
Que ajudara sua mamãe
Naquela hora da expiação.

Esta senhora era Eusébia
Que tinha sido casada
Sendo mãe de uma filha
Com a perna desconcertada
Fruto de um encontro proibido
Sendo por ela muito amada.

A jovem era recatada
Espirituosa e donzela
Apaixonou-se por Brás,
Que não queria nada com ela
Depois de roubar-lhe um beijo
Correu para longe dela.

Voltando para sua casa
Foi transmitir ao pai a resposta
Que em outrora havia lhe feito
Aquela estranha proposta
Embora também quisesse
Sua atitude era indisposta.

A tal proposta era boa
Porém continha um teorema
Detestava o casamento
E este era o maior problema
Não queria qualquer consorte
E nem outro tipo de algema.

Depois passado algum tempo
Ele até tentou mudar
Porém havendo hesitação
Outro tomou seu lugar
Com a noiva que era Virgília
Que com outro foi se casar.

Seu pai só lhe queria bem
Sofreu com muito desgosto
Ficou por meses bem triste
Dentro de casa indisposto
Até que lhe veio a sua morte
Morrendo-se a contragosto.

Só depois de muito tempo
Brás Cubas foi se encontrar
Com a mesma moça Virgília
Em um baile pra se alegrar
E depois de várias danças
É que o amor foi começar.

domingo, 27 de outubro de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas em Cordel - Parte III


RESENHA DA OBRAS

Machado de Assis nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1839 a 1908). É um dos maiores escritores da literatura brasileira tendo obras em vários gêneros literários como a poesia, romance, dramaturgia, contista e também foi em certa época um crítico literário. As suas grande obras-primas foram: Dom Casmurro, Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas.

A obra Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançada em 1881 e inaugura o Realismo no Brasil e deixa o Romantismo de lado para escrever de forma irônica e bem humorada sua observação sobre o comportamento humano. A obra trata de um defunto-autor que conta, com toda a sua sinceridade, tudo que se passou durante sua vida inclusive seus amores e a vida de uma mulher adúltera e também seu grande amor em vida, Virgília.

O autor, Machado de Assis, escreve a estória o defunto como se a vida fosse passando e assim põe várias passagens de momentos que em si não levam a grande emoções nem a maiores desfechos no livro. Ele mesmo, enquanto autor-defunto, escreve que o livro é enfadonho e assim o parece mesmo, mas o que torna o livro um grande sucesso também é seu olhar para o comportamento humano, a filosofia e propriamente a sua forma de escrever.

"Amável formalidade, tu és, sim, o bordão da vida, o bálsamo dos corações, a medianeira entre os homens, o vínculo da terra e do céu; tu enxugas as lágrimas de um pai, tu captas a indulgência de um Profeta. Se a dor adormece e a consciência se acomoda, a quem, senão a ti, devem esse imenso benefício?"

A obra se destina ao público adolescente, adulto e aos professores de literatura que podem abordar as descrições dos personagens como verdadeiras obras do Realismo.


CORDEL

Alguns encontros começaram
Bem depois deste momento
Virgília vivia aperreada
Sofrendo com o pensamento
Ele, que vivia sozinho,
Em profundo abatimento.

Depois de passado um tempo
Vivendo esta situação
Cubas resolveu propor
Uma louca solução
Deixarem tudo pra trás
Fugindo para outro chão.

Ela era mulher casada
Tendo muitos compromissos
Não podendo admitir
Muito menos pensar nisso
Se fugisse com Brás Cubas
Lhe causaria mal feitiço.

Eles resolveram ter
Juntos outro ponderamento
Vivendo este grande amor
Sem causar aborrecimento
Vivendo sem que soubessem
Num retirado aposento.

A compra de um casario
Fez-lhes aquele o amor crescer
Todo dia por ali se viam
Sem ver seu tempo correr.
A criada daquela casa
Sabia o segredo manter.

Mas como tudo que é bom
Nunca dura para sempre
O marido de Virgília
Quis também ser presidente
De promissora província
Bem longe daquela gente.

Um momento de terror
Se instalou no coração
E depois de muito tempo
O marido fez alusão
Chamando Brás pra ajudar
Dando-lhe uma nomeação.

A nomeação da província
Saiu com um número de azar
E o marido em desespero
Não conseguiu nem viajar.
Aquela estranha viagem
Acabou sem começar.

E foi assim que se manteve
O amor daquelas criaturas
Mantendo-se bem escondido
E nas mesmas estruturas
Sendo mais forte que nunca
Continuaram nas aventuras.

No melhor da convivência
Daquela constelação
O marido Lobo Neves
Recebe a revelação
A denúncia vem por carta
De um qualquer da multidão.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas em Cordel - Parte IV


RESENHA DA OBRA

Machado de Assis nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1839 a 1908). É um dos maiores escritores da literatura brasileira tendo obras em vários gêneros literários como a poesia, romance, dramaturgia, contista e também foi em certa época um crítico literário. As suas grande obras-primas foram: Dom Casmurro, Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas.

A obra Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançada em 1881 e inaugura o Realismo no Brasil e deixa o Romantismo de lado para escrever de forma irônica e bem humorada sua observação sobre o comportamento humano. A obra trata de um defunto-autor que conta, com toda a sua sinceridade, tudo que se passou durante sua vida inclusive seus amores e a vida de uma mulher adúltera e também seu grande amor em vida, Virgília.

O autor, Machado de Assis, escreve a estória o defunto como se a vida fosse passando e assim põe várias passagens de momentos que em si não levam a grande emoções nem a maiores desfechos no livro. Ele mesmo, enquanto autor-defunto, escreve que o livro é enfadonho e assim o parece mesmo, mas o que torna o livro um grande sucesso também é seu olhar para o comportamento humano, a filosofia e propriamente a sua forma de escrever.

"Amável formalidade, tu és, sim, o bordão da vida, o bálsamo dos corações, a medianeira entre os homens, o vínculo da terra e do céu; tu enxugas as lágrimas de um pai, tu captas a indulgência de um Profeta. Se a dor adormece e a consciência se acomoda, a quem, senão a ti, devem esse imenso benefício?"

A obra se destina ao público adolescente, adulto e aos professores de literatura que podem abordar as descrições dos personagens como verdadeiras obras do Realismo.


CORDEL

Vivendo nesta rotina
De se verem como amantes
O marido dela vai
Ao local dos visitantes
Quase flagrando o casal
Em momento emocionante.

Passando deste episódio
O marido descontente
Recebeu um novo convite
Pra o cargo de presidente
Arrumando seus pertences
Saindo de imediato e urgente.

Virgília foi d’ali embora
Conviver com seu marido
Distante d'aquele amor
Que se tornaria esquecido
E que só existiu de fato
Por se manter bem escondido.

Cubas tenta se casar
Com uma mulher mais bela
Muito jovem sem receio
Inocente e tagarela
Morrendo antes de casar
Da causa Febre Amarela.

E nas aventuras da vida
Foi tentando se meter
Mas a sua condição de velho
Não parava de crescer
Aquela visão do emplasto
Foi assim lhe aparecer.

E bem assim termina a estória
Relatada por um escritor
Que primeiro foi morrer
Pra se tornar um delator
Escancarando sua vida
E também seu grande amor.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O olho do dono




Naquele dia o veado entrou
Onde se guardavam os bois
Eles disseram assustados:
- E tu! Quem será que sois?
E ele respondeu: - Me escondo
Primeiro e falo depois.

E quando o perigo foi
Ele resolveu falar:
- Caros amigos ruminantes
Deixem-me por aqui ficar
Se não me denunciarem
Comida não vai acabar.

Assim os bois concordaram
O veado por lá ficou
Os empregados chegaram
Porém ninguém lhe notou
Um boi que por ali estava
Disse: - O dono não chegou.

O desleixado ouviu tudo
Con intensa circunspeção
Sem querer tomar atitude
Não deu a isso conotação
Quando o dono ali chegou
Começou a contestação.


O nodo percebeu que havia
Alguns chifres diferentes
Chamando seus empregados
Dando-lhes ordens urgentes
Que eles prendessem o animal
E lhe desse um finalmente.

Eles pegaram o animal
Fazendo dele guizado
De uma menor parte dele
Fizeram gostoso assado
O bodi que o alertou disse:
- Ele bem que foi avisado.

E assim termina a fábula
Que por La Fontaine foi criada
Para que todeos possamos
Ficar de antena ligada
O gado somente engorda
Quando o dono dá uma olhada.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Eu, Cordelista?



Que tanta tentação é essa
Quando eu estou no batente?
Tendo algum tempo livre
Só o que me vem a minha mente
É pegar algum papel
Escrever um lindo cordel.
O que será isso? Gente.

Eu nunca me imaginei
Que eu quisesse qualquer dia
Escrever livros ou versos
Muito menos uma poesia.
Hoje eu escrevo cordel
Me sinto um menestrel
Tamanha minha alegria.